Odeio me sentir da maneira como me sinto agora. Sozinha. Vulnerável. Comecei a convencer-me de que sou uma daquelas pessoas que talvez jamais consiga ser feliz sem alguém ao seu lado. Odeio admitir isso, essa minha fraqueza, mas chega uma hora que não dá mais para negar. Sou fraca a esse ponto.
O pior é que tenho medo. Medo de jamais me sentir feliz, medo de nunca encontrar alguém que me faça sentir especial. Acima de tudo, temo que essa seja a coisa mais próxima que sentirei de gostar de alguém que também goste de mim. É fraco demais, insuficiente demais. Não é amor.
Me sinto inclinada a aceitar isso como um futuro. Essa distância, essa falta. Talvez por que começo a reparar que, ao meu redor, pessoas sorriem de maneira abobada junto aos possíveis "amores das suas vidas", enquanto eu fico observando afastada, não obstante à felicidade que eles próprios irradiam.
Não queria ser uma dessas pessoas que se amargura assim, apenas por ver que não consegue ser feliz como todas as outras pessoas são. Não queria fechar-me em uma concha e fingir que o mundo do lado de fora é "pequeno demais" para mim. Mas ao passar do tempo, isso vai acabar acontecendo. É destino, é o caminho pelo qual minha vida se dirige.
E, eu sei, vou odiar aquilo no que me tornarei. Mas nem sempre a vida é do jeito que queremos que seja, afinal.