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domingo, 11 de dezembro de 2016

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Medo

Não tenho medo de que roubem minhas palavras - palavras, afinal, são apenas sentimentos gravados em bolhas de sabão.
Meu medo é de que me roubem de mim mesma; me desconstruam e não me deixem ser.
As palavras não são minhas, são do vento. Meu é apenas o desejo de ficar.
Uma semana de conversa jogada fora e eu já me atiro aos cantos, ancorada em lamúrias, a cada instante ausente. Uma semana, e já sinto como se parte de mim se deslocasse até você.

E você me irrita. Me desmonta. Me destrona. Ainda assim, sou feito criança; me aninho na esperança e desenho dias melhores e não tão ausentes.

Uma semana foi tempo suficiente; para nós, sempre foi. Supre a ausência de vinte e tantos dias, supre o sentimento que se desfaz e reconstrói.

Uma semana para você ser parte de mim. Uma semana, e eu quase não sei mais o limite entre o eu e o você.

sábado, 5 de março de 2016

Em outras escritas, traço amores.
Nestas, porém, transbordo a alma.
Escreveria poesias, se soubesse.
Acontece que rimas não são meu forte, e não estou disposta a aprendê-las por você.
Transbordar e,
pela luz refletida na taça de vinho
fazer ficar.
Me desenhe e me transmita, transforme meu ombro em seu relento,
Me trace, me desarme. Seja a sombra que alivia o tórrido sol do meu verão.
Seja flor, seja calor, desarme e desmantele minhas dores e inseguranças.
Ignore a indecisão que me permeia e saiba lidar com as faces de mim, não tão belas, mas minhas.
Aprenda que amar não é fácil, mas que não amar é não viver.
A cada dia, aprende-se um tanto; amar também é, não obstante, construção.