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quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Não consigo pensar em mais nada. Nenhum livro, nenhuma série, nenhuma música me chama a atenção. Não consigo escrever, comer ou dormir sem que você se faça presente. É incrivelmente cômico como, de um dia para o outro, você deixou de ser imaginação e passou a ser presente.
Dói mais hoje do que há dois dias. Doerá mais amanhã do que há duas horas. Acho que esse aumento gradativo de dor é, em parte, graças à desconstrução de todas as muralhas que eu havia construído contra ti. Talvez porque hoje eu saiba que te amar é uma realidade muito mais presente do que um dia pude imaginar que seria. Quem sabe porque ainda lembro da sua risada, do seu tom de voz ou do seu sorriso contagiante. Ou, então, é apenas porque hoje, você é mais real do que nunca, e eu não posso mais fingir que você não existe.
Só peço que, por favor, me permita esquecer. Seja menos do que é, me magoe agora, mas me deixe esquecer, porque não posso passar meus dias lembrando de ti e, no fim, sofrer inda mais.
Me deixe esquecer. Por favor, eu imploro.
É só o que posso pedir.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O que eu procuro não é a perfeição. Nem tampouco o amor ideal e utópico que é exibido pelas milhares de comédias românticas que costumo assistir - talvez para me iludir um pouco, ou para perceber como sou azarada por viver por de fora delas. 
O que quero é singelo e humilde, simples como um sonho bom: quero um amor com todos os defeitos que puder ter, desde que essas falhas nos façam amar mais. Quero alguém que erre, que discuta comigo e tenha argumentos bons o suficiente para me vencer com facilidade, mas que também tenha a gentileza de, algumas vezes, dar o braço a torcer. Quero alguém que brigue comigo quando eu colocar os pés em cima do painel do carro durante uma viagem, que ria do meu cabelo desajeitado e diga, com bom humor, que eu pareço uma mendiga vestindo meu moletom favorito.
Na mesma medida, quero alguém que me deixe rir quando acordar com o rosto amassado, e eu rirei mesmo imaginando que aquela deva ser a imagem mais bonita que eu verei em dias. Quero alguém que me carregue pela mão, que me deixe falar sobre as coisas das quais eu gosto, que queira saber mais do que eu sobre minha série favorita só para, depois, puxar uma discussão que ele sabe que eu ganharei. Quero alguém que me acompanhe nos momentos bons, mas me deixe ajudar quando as coisas ficarem difíceis, até porque ele sabe que ajudá-lo é meu maior presente.
Quero alguém que entenda que amar é caminhar junto, tropeçar junto, cair junto, rir junto. Se preciso, chorar junto, mas em menor medida. Alguém que compreenda o lado bom de cada momento ruim e me ajude a enxergá-lo quando eu estou cega demais pela dor.
O que quero não é alguém que viva por mim ou para mim, mas que saiba viver comigo e caminhar comigo sem medo de ficar para trás. Que entenda meus amores e minhas manias, e espere que eu entende as dele, mesmo que isso às vezes cause uma ou outra implicância boba. Alguém que solte a toalha molhada em cima da cama só para me ver reclamar. Alguém que se divirta quando eu falar alguma besteira sobre futebol só para vê-lo me corrigir.
Quero um amor amigo sem previsão de final; que dure o que durar e seja o melhor que possa ser. Mais que alguém para dividir os dias, quero alguém para dividir as dores, para ser pai, amigo e irmão, para ser tudo que eu preciso no momento em que eu preciso, mesmo quando o que eu necessitar seja uma boa e acalorada discussão bem fundamentada.
E que queira, de mim, tudo em retorno e em dobro.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Meus olhos marejam enquanto eu idealizo sua imagem em minha mente. Ah, como eu me deixei iludir. Nem começamos ainda, e eu já sei que nosso tempo é contado e que o "para sempre" que nos aguarda é cercado pelo afastamento inevitável.
É frustrante porque, por alguns instantes, realmente pensei que fossemos mais que apenas dois tolos. Um iludindo, outro iludido; um sonho, outro sonhador. No fim, nada mudou e eu continuei a passar por tudo aquilo de que tentei fugir.
Pensei que você fosse diferente, mas não é. E não é culpa sua: sou eu que espero por alguém que talvez não exista e tento encontrar esse alguém em cada esquina. Algum dia eu aprendo.
Algum dia.
Não tão cedo.

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Eu não posso te fazer me amar se você não se permite. Não posso assumir como minha a responsabilidade de fazer seu coração pulsar da mesma maneira que o meu. Não há como forçar um sentimento que não foi feito para florescer.
É difícil, mas precisamos entender. Não há nenhum motivo para continuar forçando nossas fronteiras, nossas barreiras e recusas. Eu compreenderei, quando partir, que você jamais me amou.
Não quero te forçar a fingir algo que não nascemos para ser. Siga em frente e eu frearei, até que a dor passe. Se você nunca vai me amar, pelo menos permito que ame a alguém enquanto eu saro minhas feridas. É o mais certo a se fazer.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Resolução Para 2015: Mudar!

Esse texto ficou amadurecendo por três semanas nas prisões do meu computador até que eu finalmente abrisse as grades e o colocasse para fora. O libertei só agora, findadas as comemorações de ano novo, porque é nesse exato momento em que sofremos o choque de realidade e notamos que nada mudou, absolutamente nada, com a virada do ano.
A "Licença Poética" me permite dizer que "mudar é uma arte, mas nem todo mundo é artista". Ao meu redor, pude observar, durante quase um mês, a todos desejarem que 2015 traga a mudança que 2014 deixou faltar. Vi o povo todo clamar por um ano melhor, uma vida nova, uma nova chance de ser feliz, de preencher "o livro de 365 páginas a serem escritas" com todas as realizações das quais não correram atrás no ano findado. E, comigo mesma, eu pensei: E vai mudar?, porque mudanças, infelizmente, não caem do céu.
Demorou um tempo até que eu entendesse que metade daquelas promessas seriam apenas metas não cumpridas, empurradas para 2016 sem nenhum remorso. Isso porque o ano novo não trará nada de mãos beijadas: nada mudará a menos que nós mesmos mudemos. Somos as engrenagens que impulsionam nossas vidas, os motores da história, o combustível do mundo. NÓS devemos trazer a nós mesmos aquilo que desejamos por debaixo da explosão multicolor de fogos de artifício, não o ano que se inicia - ano esse de dias iguais aos de 2014, com 24 horas de duração, sem nenhuma alteração digna de comemoração exceto, talvez, o aumentar de um dígito na data.
Se eu pudesse concluir essa época de mutações desejando algo, desejaria uma revolução de pensamentos e, mais ainda, de atitudes. Desejaria mostrar a você - que tem a coragem de ler esse texto até o presente momento, mesmo que ele, às vezes, pareça um pouco duro - que só há um caminho para a mudança, e o ponto inicial recebe o seu nome.
Se quer mudança, apenas mude! Se quer esquecer um amor antigo, tente! Se quer dinheiro, ou oportunidades de emprego, ou diploma, corra atrás! Não tenha medo de errar e de se decepcionar, não se prive daquilo que te fará feliz, mesmo que em um futuro não tão próximo; não fuja dos riscos, não tema a mudança. Mude!, porque quer mudar, não porque fez uma promessa às 23h59min do dia 31 de Dezembro de 2014! Esqueça essa baboseira toda de "resoluções e projetos" e não tenha medo de viver! Acima de tudo, pare de esperar pela mudança caindo de paraquedas em sua vida, uma vez que ela é tão impossível quanto a vigésima quinta hora de um dia.
Parar de desejar e começar a agir vai acabar evitando noites insones e muitas frustrações futuras. 2015 não mudará sua vida, não será melhor que 2014, não virá de cara limpa e tela em branco a ser pintada; não se você não correr atrás, não se você continuar com medo de tentar. Milagres, meu caro, são coisas raras, então não espere que um deles corra ao seu encontro e te abrace calorosamente cheirando a loção pós-barba. Você faz seu ano, você faz sua vida e você, somente você, escreve a sua história.
Está em suas mãos, sempre esteve. Então seja aquilo que espera de 2015.
Seja feliz, seja radiante, não tema a mudança.
E viva. Simplesmente viva.
Feliz 2015 e ótima revolução de atitude.