A vida anda corrida, anda parada, anda confusa. Não sei para que lado olhar, não sei para quem sorrir. Não conheço a ninguém, nem a mim. Está tudo um turbilhão, e eu me encontro de cabeça baixa, tentando me esconder da tempestade que está por vir. Sei bem os sinais: a alegria, a crença de que algo bom está por vir, a decepção, a confusão extrema... depois disso, vem a crise, e é dessa que eu me escondo.
Sei lá, isso tudo já aconteceu tantas vezes, que tudo o que eu queria era evitar que acontecesse de novo. Infelizmente, não sou capaz disso, não tenho forças para tal. Se já rastejo para tentar escapar dessa situação, como faço para evitar que ela ocorra? Não posso, sou pequena demais, frágil demais.
Estou longe de ser essa pessoa forte e determinada que tento parecer. Estou longe de comparar-me pelo menos um pouco com essa máscara de indiferença que assumo todos os dias. Estou longe de ser eu mesma, estou longe de pensar como esse alguém que eu finjo ser. Sou apenas, no fundo, mais uma alma sem auxílio, mais alguém com medo de ser julgada, de ter suas feridas expostas às traças. Sou um ser humano, e esse ser humano não pode evitar o inevitável, não pode mover montanhas para evitar que a tempestade se aproxime.
E ela está se aproximando. Tão lentamente, que chega a ser agoniante. Ao mesmo tempo que ela caminha à passos lentos em direção a mim e às pessoas a quem eu amo, eu tento proteger a todos e ponho minha cara a tapa. Ponho minhas mãos à palmatória, e frágil como sou, arrisco-me a encarar aquilo que, há tanto tempo, tento evitar, tento destruir.
Dessa vez, terei que encarar essa tempestade de maneira forte e decidida, ou, pelo menos, dar a entender que foi isso que eu fiz. Dessa vez, terei que lutar, perder, cair, ferir-me. Depois, quando a próxima tempestade chegar - e ah, ela chegará, pode ter certeza disso - talvez eu já seja forte o suficiente para poder proteger a todos e não ferir-me no processo.
E, como sempre, depois da confusão vem sempre a tempestade. Eu queria que dessa vez fosse diferente.
Mas é tarde demais para ser diferente. E essa não é a primeira, não é a última. É só mais uma.
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