Engraçado o tempo. Ao mesmo tempo que pode ser o melhor remédio, pode ser também a pior praga que alguém poderia querer. Isso por que ele influi mudanças, e mudanças podem pender para dois lados: ou você as ama, ou as ojeriza. Não há escapatória: é matar ou ser morto nessa máquina incessável chamada "relógio".
Acho engraçado porque as coisas andam ao nosso favor por tanto tempo que, às vezes, esquecemos que algo possa dar errado, até que, simplesmente, e sem aviso, tudo muda de lugar, e o que era bom já não é mais. É quando a gente perde o chão, perde o rumo. E é inevitável.
Esperamos, então, para que retorne ao rumo certo, para que possamos seguir com a nossa vida, para que o próprio tempo conserte aquilo que ele mesmo destruiu. E demora, como demora. Mas acontece. E o ciclo vicioso continua eternamente.
Quem sabe esses altos e baixos, sob a trilha sonora de tic-tac ininterrupta, sejam o motivo para vivermos, aquilo que faz nossa vida ter um real sentido. Quem sabe, sem eles, apenas respiraríamos, sem rumo, sem voz, sem razão.
Engraçado o tempo. Eterno curador, eterna perdição. Tão dúbio, indecifrável, obscuro. E, acima de tudo, tão precioso.
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