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terça-feira, 20 de maio de 2014

Tu

E tu, que nem daqui és, chegou de cantinho, fazendo ninho no meu coração. Tu, que viestes de longe, e de tão bem que te escondes, nem ao menos vi chegar. Tu, com teu jeito risonho, com teu olhar tristonho, com teu jeito de amar. Tu chegas, e eu não sou mais eu; partes, e eu me parto em mil pedaços; voltas, e tudo volta contigo.
Lembro-me até hoje da primeira vez que te vi. Parecia que, de lugar nenhum, tu surgias, e já me conhecias como mais ninguém. E tu me cantavas, me encantavas, e eu me deixava levar, me deixava sonhar. E foi bom enquanto durou, apesar de durar muito pouco para ser algo, muito pouco para se formar.
Por que retornar agora, quando meu coração se curava das feridas que tu abristes? Por que, justo agora, que tu não passavas de uma lembrança? Eu te esquecia, e agora retornas. Sem pedido, sem aviso, causando reformas nos meus sentimentos. Tu chegas e eu sinto meu coração palpitar novamente, daquele jeitinho que só acontece contigo.
E tu, que vens de longe, abrindo uma brecha nas minhas muralhas, quebrando o gelo em torno de mim, tornando-te mais próximo do que qualquer um já chegou. Sem palavras, só entrastes, e eu me vi perdida novamente em ti.
Estou ficando louca. Pouco importa. Só abrirei a porta, te deixarei entrar. E se resolveres ficar, simplesmente aceitarei. E, é claro, serei feliz pelo tempo que durar.

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