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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Pueril

O que antes me definia, agora não passa de lembrança. É como se, ao findar de mais um dia, eu fosse diferente. Talvez seja porque, agora, estou sem ti. De novo. Meus sonhos pueris, tanto quanto minhas ilusões, me enganam e me iludem, e mais uma vez, o que sobra são os fragalhos.
Sempre tento consertar aquilo que nunca foi correto. Por algum motivo, e sabe lá Deus qual, pensei que fossemos "para ser", me convenci de que "a segunda vez é para valer". Ah, tão pueril... Pueril como as flores de outono, como as páginas inacabadas de textos que faço questão de guardar... Pueril como só eu mesma sei ser, e só quando se trata de ti.
Deixo as notas clássicas me embalarem, me perco nas memórias e tento me esquecer de que ainda não te esqueci. Não sei quando esquecerei. Mal sei se esquecerei. Mas enquanto a música me rodeia, pelo menos não penso, e não pensar é, por vezes, mais fácil do que tentar entender. Ah, mas que pueril sou eu. Que errante, serva dos próprios caminhos, dos próprios vícios, serva de ti. Ah, tão pueril... como só eu sei ser.

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