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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

You Are My Heaven


Muitos rezam para encontrar seu paraíso após a morte, um cantinho calmo e ensolarado no que creem ser a vida após a morte. Muitos encontram seu próprio paraíso, em extravagâncias, exageros, luxúrias, até perceberem que nunca foram felizes, afinal. Muitos nunca encontraram seu paraíso, nem nunca encontrarão. Eu faço parte daqueles que acham seu paraíso nos olhos de outra pessoa. Sim, sou parte dos apaixonados, daqueles que filosofam sobre a vida, sobre o amor, sobre os sentimentos... Sou parte daqueles que não precisam ir para longe para encontrar seu paraíso, a não ser que a pessoa que se tornou seu paraíso esteja longe de si.
Provavelmente, como eu, essas pessoas não acreditem que o paraíso se encontra em sua vida póstuma, que seja um local ensolarado ao cantar de pássaros ou um rio de leite e mel. Como eu, talvez acreditem que vivemos o paraíso aqui, agora, nos braços de quem amamos.
Na verdade, em sua maioria, esses são os mais felizes. O motivo é simples: eles vivem o hoje. Não medem suas ações à espera de uma entrada em algum paraíso póstumo, à espera de serem merecedores de tal dádiva, e também não passam seus dias sem esperança, acreditando no nada. Essas pessoas vivem o dia de hoje como se fosse o último de suas vidas. Talvez seja, afinal. Esses doam-se para o outro, sem pensar nas consequências. Tristemente, esses sejam, provavelmente, os que mais sofrem, pois parte do amor é o sofrimento, não é?
Enquanto todos debatem sobre onde encontrar o paraíso, enquanto alguns aguardam por ele ansiosamente, enquanto alguns nem imaginam algum dia encontrá-lo, eu contento-me em encontrar meu paraíso em seus olhos, me contento em saber que você é e sempre será meu paraíso.

Poucas Palavras


Sempre há momentos onde as palavras somem de sua mente, e tudo o que sobra são refugos, coisas insuficientes para explicar tudo o que você está sentindo ou o quanto precisa de ajuda. Algumas pessoas ainda entendem você, talvez até sem pronunciar uma só palavra. Mas e quando o mundo está lotado de pessoas que não compreendem nem uma das poucas palavras que ainda te restam? E quando você precisa muito dizer, mas não consegue achar maneiras adequadas para isso?
Para ajudar, as palavras que te restam muitas vezes enrolam-se em sua boca, prendem-se em sua garganta, simplesmente não saem. E deixam para trás um gosto amargo, quando finalmente o fazem.
Por que com algumas pessoas é muito fácil conversar, enquanto com outras as palavras simplesmente teimam em sair de maneira errônea? E o pior é que, depois que você fala algo, não há como voltar atrás, e também não há como prever os impactos que essa fala trará.
E mesmo assim, precisamos falar, não podemos ficar quietos, pois o silêncio nos mata por dentro. Talvez seja por que o silêncio é capaz de gritar as maiores verdades, aquelas que tentamos esconder de nós mesmos, talvez apenas pelo desconforto que o mesmo causa.
O fato é que guardar os sentimentos para você pode matar-te mais do que os impactos de expressá-los. Sim, pois somos como uma bomba: guardamos cada sentimento dentro de nossa alma, até que, algum dia, explodimos. Quando isso acontece, é desastroso o impacto que as palavras ditas podem causar.
O jeito é tentar expressar-se com suas poucas palavras restantes, tentar expressar-se por meios de outras formas... Escrever, quem sabe?
Talvez seja isso que fazem os grandes escritores serem grandes... ou não?

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Três Segundos



Um dia a vida acaba. Deus, ou seja como for que você chame seu “ser superior” está sempre aqui para mostrar o quanto nossa vida é boa, e o quanto devemos agradecer por ela, mesmo com todas as dificuldades.
Hoje vi uma mulher tento sua vida tirada pelas frias mãos de um ganancioso, tudo por culpa do tão desejado dinheiro. Vi ela morrer, sem ao menos ter a chance de se defender. Eu vi o ódio, a ganância e a frieza presentes no som de uma bala de revólver. Eu vi a morte na imagem de um ladrão.
E o que vi hoje me fez pensar: como nos queixamos sem motivos. Todos temos problemas, e às vezes esses problemas superam nossa força de vencer. Mas será isso suficiente para fazer com que desistamos de tudo, inclusive da gratidão?
A cada três segundos, uma pessoa morre em algum lugar do mundo. E aí está o problema: nunca sabemos quando será o nosso terceiro segundo. Se essa mulher soubesse que aquele seria seu terceiro segundo, provavelmente ela tivesse se despedido de quem ama. Provavelmente ela teria dito “eu te amo”. Talvez ela tivesse faltado trabalho, apenas para observar o céu, para cheirar as flores. Talvez ela tivesse lembrado-se de viver um pouco mais, talvez ela tivesse parado para pensar em seus atos. Talvez ela tivesse redimido seus erros, relevado os erros dos outros, perdoado.
A lista de talvez é enorme e espantadora. Mas quem sabe não esteja na hora de despertarmos dessa nossa corrida contra o relógio e vivamos cada um dos “três segundos” de nossas vidas? Sim, por que se fizermos isso, nossa vida terá valido a pena, no fim de tudo. Teremos aproveitado mais, amado mais, vivido mais. Teremos tido a chance de perdoar a quem nos fez mau, a coragem para nos aventurarmos e esquecermos de nossos erros ou a audácia de discutir nossos ideais, sem aceitar todas as regras hediondas nos expostas dia após dia.
E assim, estaríamos felizes e preparados, para irmos tranquilamente quando nossos três segundos chegassem.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Medo


A porta se fecha, e ficamos trancados no nosso pequeno mundinho de insegurança. É tão ridículo o Modo como sentimos medo de tudo, até das coisas mais sem importância... Temos medo de tentar, pois corremos o risco de errar. Temos medo de falar, pois corremos o risco de sermos mal interpretados. Temos medo de levantarmos, pois corremos o risco de cair. Temos medo de sermos quem somos, pois corremos o risco de desagradar a algumas pessoas.
E assim, mais uma vez, nos escondemos debaixo de nossos cobertores, como crianças com medo de sombrar projetadas em sua parede por algo do lado de fora da janela. Escondemo-nos por baixo desse cobertor de insegurança, e fingimos que não estamos aí. Não nos arriscamos, pois se fizermos isso podemos fracassar.
Os dias passam, as coisas acontecem, e quando vemos, todos estão vivendo enquanto estamos amedrontados com a ideia de podermos vir a errar algum dia;
Mas o que é a vida, se não medo? E o que aprenderemos se não errarmos as vezes? Como viveremos nossa vida nos privando de qualquer situação preocupante?
E, afinal, por que temos medo de tudo? Se a vida é uma eterna aprendizagem, errar será completamente aceitável. Se a noite é só uma criança, ainda teremos muito tempo para atos e acertar. Se, então, a vida é cheia de altos e baixos, como quer chegar aos pontos altos dela sem ter que enfrentar as decidas?
Mas o medo nos cega, nos paralisa. Sentimos como se o medo fosse necessário, e o seguramos de forma protetora, até quando ele torna-se parte de nós mesmos. E então, passamos o resto da vida com medo de sair na rua sem um guarda-chuva por que corremos risco de chover de repente e estragar nossas roupas.
O medo é parte integrante de nossa vida, é algo ao qual não podemos fugir. Mas se, ao invés de usarmos esse medo para atrasar nossos passos, por que não usamos o mesmo como uma forma de impulsionarmos a nós mesmos?
Sim, por que se for para errar, erremos, só pela tentativa de acertar. Se for para tropeçar, torpecemos e até caímos, só pela felicidade de levantar. Se for para vivermos, vivamos, sem medo ou temor. Afinal, sempre há uma segunda chance para quem a merece.
A vida e o medo são ligados por um elo muito forte. Se for esperar esse elo ser quebrado para então viver, morrerá sem ao menos ter tentado.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Amar de Verdade


As pessoas se prendem a uma falsa imagem do amor. Prendem-se à doce ilusão do que ele deveria ser, dizem que amam alguém como se dissessem que amam chocolate ou refrigerante... E se não bastasse, eles dizem que amam alguém mais do que tudo, mas tudo o que demonstram nada mais é do que amarem fingir que amam, nesse cabo de guerra onde cada um precisa fingir mais do que outro.
Onde está a lógica disso tudo? Onde está a lógica de dizer que ama alguém, mas só mostrar a mais pura repulsa ou a mais pura falsidade? Onde está a lógica de iludir-se a quem supostamente se ama, só para dizer depois "eu a amei"?
E enquanto eu estou aqui, me perguntando onde está a lógica e os por que, alguém está iludindo ao outro, prendendo-se ao veneno que é o falso amar, prendendo-se à uma ilusão do  que é o amor e do que esse amor  representa para si.
Está na hora de repararmos que amar e gostar são duas coisas diferentes, de nos darmos conta de que apenas mentimos para nós mesmo sem motivo, que nos agarramos àquela ilusão de contos de fadas, onde existe o "felizes para sempre' que tanto almejamos, como o pote de ouro no fim do arco-íris.
Quem sabe, se pararmos de fingir que amamos alguém, quando na verdade só estamos nos iludindo e iludindo ao outro, menos corações despedacem-se?
Paremos de fingir que somos como Romeu e Julieta, se nada mais presenciamos do que aquela confusa cena de Sonhos de Uma Noite de Verão. Paremos de agir como dois amantes, quando somos nada mais do que dois fingidores, dois artistas de muito talento, mostrando-o todo um para o outro, tentando superar os demais...
Por que existem muitos profissionais na arte de amar. O que falta agora são péssimos mentirosos.

sábado, 3 de dezembro de 2011

E Eu Não me Reconheci


Hoje eu me olhei no espelho, mas não era eu mesma. Não, eu quase não me reconheci no mesmo.
Acho que com a correria da vida, acabamos por não repararmos na nossa própria evolução, no nosso próprio amadurecimento.
Hoje, quando olhei no espelho, não vi mais a menininha que eu sempre via. Vi, na verdade, uma pessoa madura, uma pessoa que precisa começar a lidar com as maiores responsabilidades da vida.
Como eu pude mudar tanto em tão pouco tempo? Ou será que eu levei muito tempo para mudar, mas não reparei pois estava muito ocupada olhando para coisas que não tinham a mínima importância?
Sendo como for, eu observei o mundo a minha volta, e não fui capaz, mesmo assim, de acompanhar meu próprio crescimento, meu amadurecimento. Hoje eu sou aquela garota no espelho, que tão me é estranha, aquela que eu quase não reconheço.
Será que, em meu interior, ainda me reconhecerei? Sim por que se não reconheço-me em minha própria imagem a refletir-se no espelho, serei eu capaz de reconhecer-me interiormente?
A resposta pode estar logo em minha frente, mas provavelmente não enxergarei, pois estarei, novamente, olhando para as coisas erradas, no momento errado, e deixando de reparar no que é realmente essencial.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Meu Vício


Algumas pessoas são viciadas em drogas, outras em bebidas, outras ainda em cigarros. Alguns são viciados em chocolate (não que eu não seja), refrigerante ou assistir televisão. Existem aqueles que são viciados em twitter, em facebook, em ouvir música alta... Eu sou viciada em escrever.
Escrever é uma arte onde você pode expressar tudo o que sente (e também o que não sente) em palavras. Escrever é uma daquelas coisas que você começa a fazer sem gostar. Você escreve sua primeira redação e acha que nunca vai gostar de escrever. Aí depois vem a segunda, a terceira... E você simplesmente não consegue mais parar.
Para mim, escrever passa uma sensação de leveza, como se eu finalmente pudesse expressar  que sinto sem ninguém me julgar por isso. As palavras tornaram-se como o abraço de um amigo. Elas me confortam, me fazem sentir bem...
Foi-se o tempo em que apenas algumas pessoas escreviam... Hoje em dia, para todo o lugar que você olhar, encontrará algum aspirante a escritor. E não, a pessoa não deixa de ser escritora por não ser conhecida. Escritor é aquele que escreve por que ama, não pelo reconhecimento.
Escrever tornou-se meu vício, e vem se tornando o vício de cada vez mais pessoas. A grande maioria nunca chegará a ser conhecido pelo que escreve. Mas o importante não é ser reconhecido, no final. O importante é alimentar esse vício, torná-lo cada vez mais parte da sua vida, até o dia em que, como eu, você não conseguirá mais parar.

Indecisão


Indecisão...
Em que se resume esse sentimento, que hoje povoa o mundo de uma maneira tão completa e definitiva? O mundo é uma constante indecisão, onde nossas opiniões e vontades mudam tanto quanto as fases da lua, se não mais do que elas. Não que a indecisão não tenha seu lado positivo, bem pelo contrário: a indecisão nos faz pensar mais sobre que decisões tomar, antes de realmente tomá-las.
Porém, essa mesma indecisão torna-se nociva quando constante demais. Você acaba tornando-se alguém sem opinião, sem poder de escolha. E em um mundo onde a indecisão supera o número de habitantes, devemos repensar nossos conceitos e tentarmos entender o motivo de tal indecisão.
Seria talvez o medo de errar? O medo de se arrepender por algo que fez? O medo de se arriscar?
Ou quem sabe, talvez, seria a insegurança por saber que, hoje em dia, as pessoas o julgam pelas decisões que você toma?
O fato é que a sua vida precisa de um rumo a tomar, e esse rumo só poderá ser definido se, pelo menos por alguns momentos, você deixar sua incerteza de lado e decidir o que quer para você mesmo.
Por que, no mundo de hoje, parece que a única decisão tomada sem incerteza foi a de ser indeciso.