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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Três Segundos



Um dia a vida acaba. Deus, ou seja como for que você chame seu “ser superior” está sempre aqui para mostrar o quanto nossa vida é boa, e o quanto devemos agradecer por ela, mesmo com todas as dificuldades.
Hoje vi uma mulher tento sua vida tirada pelas frias mãos de um ganancioso, tudo por culpa do tão desejado dinheiro. Vi ela morrer, sem ao menos ter a chance de se defender. Eu vi o ódio, a ganância e a frieza presentes no som de uma bala de revólver. Eu vi a morte na imagem de um ladrão.
E o que vi hoje me fez pensar: como nos queixamos sem motivos. Todos temos problemas, e às vezes esses problemas superam nossa força de vencer. Mas será isso suficiente para fazer com que desistamos de tudo, inclusive da gratidão?
A cada três segundos, uma pessoa morre em algum lugar do mundo. E aí está o problema: nunca sabemos quando será o nosso terceiro segundo. Se essa mulher soubesse que aquele seria seu terceiro segundo, provavelmente ela tivesse se despedido de quem ama. Provavelmente ela teria dito “eu te amo”. Talvez ela tivesse faltado trabalho, apenas para observar o céu, para cheirar as flores. Talvez ela tivesse lembrado-se de viver um pouco mais, talvez ela tivesse parado para pensar em seus atos. Talvez ela tivesse redimido seus erros, relevado os erros dos outros, perdoado.
A lista de talvez é enorme e espantadora. Mas quem sabe não esteja na hora de despertarmos dessa nossa corrida contra o relógio e vivamos cada um dos “três segundos” de nossas vidas? Sim, por que se fizermos isso, nossa vida terá valido a pena, no fim de tudo. Teremos aproveitado mais, amado mais, vivido mais. Teremos tido a chance de perdoar a quem nos fez mau, a coragem para nos aventurarmos e esquecermos de nossos erros ou a audácia de discutir nossos ideais, sem aceitar todas as regras hediondas nos expostas dia após dia.
E assim, estaríamos felizes e preparados, para irmos tranquilamente quando nossos três segundos chegassem.

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