Páginas

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

E É o Final

Quatro dias. Quatro dias, e aí tudo muda, tudo acaba. Exatamente da maneira como começou: no nada.
É isso que me leva a crer que meu coração foi feito para sofrer, feito para partir-se em mil pedaços, não importa a versão da história. Por que fui eu quem me iludi, o tempo todo. Criei expectativas, dei com a cara na parede, fui idiota... Sim, foi minha culpa esse tempo todo.
E o pior é que eu ainda desejo que tudo dê certo. Quatro dias antes do final definitivo, e eu ainda quero que tudo funcione, que milagrosamente, você perceba que foi tudo o que eu sempre quis.
Depois desses dias, depois do término disso tudo, não te verei mais. Talvez cruze com você numa rua qualquer, ou talvez nem venha mais a te ver. De qualquer maneira, sei que daqui a alguns meses, terei superado essa história e aprendido a viver com a sua ausência. Quem sabe, daqui a, sei lá, seis meses, eu nem mais me lembre de você mais que eventualmente. Quem sabe você não venha a passar de uma lembrança dos meus tempos de boba iludida. Mas se eu te encontrar, não importa quanto tempo se passe, não importa aonde seja ou com quem eu esteja, sei que vou sorrir. Sei disso por que sempre foi assim, mesmo antes de toda essa confusão mental começar. Eu te olhava e sorria. Sempre sorri com sua doçura, com seu sorriso, com a capacidade que você tem de me fazer vibrar por dentro. E não acho que algo que nasceu assim, tão primitivo e tão sem sentimento, possa se esvair completamente com o tempo.
Então espero que quando tudo acabar, feche os olhos e pense que teve, durante tanto tempo, alguém que sempre te quis, mesmo sabendo que nada jamais seria do jeito que ela queria. Alguém que sempre esteve disposta a estar ao seu lado, mesmo que você jamais venha a saber disso.
E perceba que eu sei de você, te conheço nos mínimos detalhes. O que você sabe sobre mim?

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Eu Nos Destruí

Não sei como fiz, mas fiz. De qualquer maneira, cá estou eu, por entre lágrimas, tentando explicar como consegui perder a minha melhor amiga por uma besteira qualquer. Juro que tentei abrir meu coração de todas as outras maneiras, mas jamais conseguiria... é só aqui, no meu blog, ou aí, com você... só me restou, então, meu diário, meu amigo, meu querido blog.
Espero que seja suficiente. Provavelmente não, provavelmente nada jamais venha a ser suficiente... mas é a vida. Tudo o que fazemos, toda a ação, como você mesma disse, tem uma reação, e seja ela boa ou ruim, temos que arcar com ela, afinal, é a consequência dos nossos atos. E cá estou eu, arcando com a minha. Sabe-se lá por quanto tempo.
Para começar, não estou fazendo isso para pedir perdão, por que sei que o que fiz é imperdoável. Duvidei da coisa mais pura que já existiu em minha vida, da coisa menos duvidável: nossa amizade. Jamais poderia me desculpar por isso, e não pediria o mesmo de ti. Só quero que entendas. Entendas por que tudo aconteceu, entendas o que me levou até aqui e nos colocou nessa situação tão errônea. E, se Deus quiser, minha mente também virá a ajeitar-se quando eu o fizer.
Tudo começou com ciúmes. Sim, eu tinha e ainda tenho ciúmes de você, nunca escondi de ninguém. Cara, tu é minha irmã, tu é meu mundo, e eu não estou, nem jamais estarei, pronta para te dividir com mais ninguém que possa ocupar o meu espaço, ou, na verdade, o espaço que deixei vago aí. Ciúmes daquela menina que roubou meu "amucê" e dedicou só a ti. Ciúmes de cada pobre alma que se aproximava de ti. Não que eu queira de privar de ter amigos, não posso ter alguém tão maravilhoso só para mim... é só que sei lá, faz parte de quem eu sou. Não havia como evitar.
E então, vieram os problemas. Minha cabeça começou a girar, começou a dar pane, e eu enfrentei muita coisa, coisas que eu contaria para você e só para você, se as coisas fossem como antes de eu estragar tudo. E a cada novo problema, a cada novo estresse, eu te via mais feliz, e pensava que, assim que eu superasse tudo sozinha, ia poder fazer parte da sua felicidade. Eu não contava com o fato de não conseguir superar sozinha, de demorar tanto... e toda a vez que eu falava contigo, as raras vezes que eu me dava ao luxo de tal, só conseguia pensar em como eu queria que tu fosse feliz, e como seria injusto despejar meus problemas sobre ti, ou sobre qualquer um. Mas, principalmente, sobre você, meu anjo.
Hoje vejo como fui boba, todas as vezes que quis falar e não falei, todas as vezes que sofri em silêncio quando podia, simplesmente, ter corrido para você. E pensar que, por tantas vezes, você me disse para contar contigo sempre... cara, como pude ser tão idiota?
Mas apesar de tudo, acha mesmo que houve um dia sequer que eu não sentisse falta de você ao meu lado? Acha que, durante todo esse tempo, não visitei tuas redes sociais, não segui teus passos? Sabe quantas vezes eu escrevi para você e deletei segundos antes de enviar? Tudo isso por que eu não queria estragar a felicidade que você sentia. Não seria forte a esse ponto.
Por nenhum segundo dei-me conta de que você podia estar precisando de mim também. Me tranquei em meu mundinho de problemas e deixei de cumprir com a minha parte do trato, com todas as vezes que te disse "conta comigo sempre, sis'.". Fui uma péssima amiga. Hoje vejo isso. Antes, só me parecia o certo a fazer.
Sinto muito, meu anjo. Você não sabe quanto. Já te disse milhares de vezes e repito: se eu pudesse fazer tudo de novo, certo dessa vez, faria. Mas não dá, o que foi feito, foi feito. O que resta agora é tentar juntar os cacos, tentar montar o quebra cabeças e contentar-se com as peças faltantes. Afinal, tudo o que fazemos deixa marcas, arranhões. É difícil admitir que as marcas dos meus atos foram grandes o suficiente, profundas demais para serem reparadas.
E é por tudo isso que, se esses fossem meus últimos momentos, se fossem meus últimos suspiros, não esperaria de ti que me perdoasse, nem seria capaz de pedir. Na verdade, não quero que diga que me perdoa, por que enquanto disseres, eu saberei que não é verdade. Saberei que nada foi superado. A única coisa que pediria era que tu soubesses que eu realmente amo você, cada detalhe, e que o que fiz com a nossa amizade foi, provavelmente, a coisa mais estúpida e sofrida que já fiz em toda a minha vida.
Por isso, se nada voltar a ser como era antes, quero que saiba que estarei sempre velando por você, observando a tua felicidade, sendo feliz com cada uma de tuas vitórias, mesmo que de longe. Por que você é meu anjo, e não importa o quanto tudo mude, isso jamais mudará. Estarei sempre por perto... mesmo que seja escondida na distância.
Eu causei tudo isso. Agora sei. Mas nada jamais me impedirá de te amar como a uma irmã. Para mim, você jamais deixará de ser minha Sweet Sister. E algum dia, quem sabe, eu volte a ser digna de ser chamada de Heart Sister.
Sonhar não custa. Deixa tudo mais fácil de se superar. Alivia um pouco a dor.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Na Varanda

Todos tem um lugar no mundo que lhes parece o céu. Para mim, é a varanda de minha casa. Na verdade, enquanto coloco esse texto em palavras, é exatamente aonde estou.
O lugar é simplesmente majestoso. Moro em um local ainda retirado, onde, enquanto você caminha pelas ruas pouco movimentadas, pode ver nos terrenos baldios animas como vacas, cavalos e ovelhas. Ainda pode-se ouvir o som dos pássaros cantando e das folhas das árvores copadas batendo umas nas outras. Você senta na varanda, coloca os pés em cima do corrimão e observa a natureza em sua melhor forma.
Claro que tenho vizinhos, que as vezes gritam uns com os outros, fazem barulho e põe música alta, o que, por muitas vezes, me irrita. Mas, na maior parte do tempo, você pode apenas desfrutar do silêncio campestre, do cheiro de flores, enquanto sente o vento levemente bater na sua pele, lê um livro ou, se tem uma alma mais poética apaixonada como eu, senta-se com o notebook no colo e escreve até que o sol se ponha por entre as copas das árvores.
Sei que muitos adolescentes diriam "Nossa, que chato.", e sei também que, em 95% das vezes, pareço ter mais que meus doces 17 anos. Mas quem sabe eu faça mesmo esse estilo mais campeiro, daqueles em que você pode sentar-se do lado de fora de casa, acompanhar de perto o pôr-do-sol e saber que esteve, durante todo esse tempo, respirando o ar mais puro possível, sem a poluição de chaminés industriais e buzinas de carros para todos os lados.
É, quem sabe minha varanda seja o paraíso mesmo. Ou quem sabe seja apenas parte de mim.
A garota interiorana de meros 17 anos.

Dear Heart

Querido coração.
Você podia parar de doer por um segundo apenas? Seria bom ter um instante para pensar racionalmente. Dizem que a razão é a maior inimiga dos apaixonados incorrigíveis, mas mesmo assim, ela deve servir de algo, provavelmente seja minha única salvação.
Queria que, pelo menos uma vez, você batesse por alguém cujo coração também bate por mim. Mais fácil, menos doloroso... tudo o que eu podia pedir. Pelo menos ia doer menos, machucar menos.
Pense pelo lado positivo, coração: você não vai se ferir tanto, vai aprender a ser forte, a parar de apanhar sempre, a cada nova partida. Você vai se habituar à dor, até que ela não exista mais. Não seria magnífico?
Mas querido coração, prometa não parar de bater, prometa permanecer firme, batendo por mim, enquanto outra pessoa, alguém que o mereça torne-se o motivo de suas batidas. Quem sabe, então, a dor suma, e só restem as flores de primavera.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Eu Mudei

E esse nó entalado em minha garganta? E essa dor da qual eu tento fugir a qualquer custo? O que significa tudo isso na minha vida? Aliás, o que eu significo na minha vida, afinal? Queria apenas ter alguma certeza na qual me apoiar, algo mais concreto e saudável que silêncio, café e palavras. Queria uma fuga, um escape, férias do mundo.
E aquele café amargo, forte como a minha máscara de contentamento, continua ali, em cima da mesa, esfriando lentamente. Aquele livro que eu tanto queria ler continua de páginas fechadas, esquecido naquele canto empoeirado. Aquela história que eu havia começado a escrever nunca mais foi terminada, e agora está esquecida em algum canto escuro e abandonado do meu computador. Tudo isso por que, sem minha fuga, sem esse escape que eu tanto necessito, não sou ninguém. Não tenho forças, não sou eu mesma. Abandono-me por completo, pois já não sou eu, mas uma parte desconhecida e estranha de o que eu costumava a fazer.
Reparou no efeito que tem sobre mim? Justo eu, havia prometido a mim mesma jamais mudar, jamais esquecer de quem sou, agora jogo-me aos cantos e deixo minha vida no piloto automático, à Deus dará, para que o destino se encarregue de mover meus pés. Justo eu, que julguei jamais acreditar em destino.
Sim, o efeito foi devastador. Toda a dor, toda a angústia, sempre culmina nesse mesmo ponto. Algum dia eu provavelmente me levante. Vou me reerguendo aos poucos, juntando cada pequena peça da pessoa que eu costumava ser, e simultaneamente, montando-as como um quebra-cabeças. Sei que jamais serei inteira e completa novamente, que jamais voltarei a ser a antiga garota que costumava te olhar nos olhos e dizer que você era a sua força.
Há coisas na vida que não têm volta, que acontecem e são definitivas. Por mais que eu queira acreditar que exista escapatória para tudo isso, sei que não. No fundo, sou uma pessoa diferente agora, alguém que jamais conheceu a pessoa que eu era antes. Não me reconheço no espelho, não reconheço minha própria vida.
Só queria poder mentir para mim mesma e dizer que, em algum momento, isso será bom.
Eu sei que não será.

Fuga

Queria apenas um sorriso. Um sorriso sincero, para me mostrar que não é o fim, que depois de toda essa tempestade ainda existirá o sol, e que os raios vão me iluminar sempre.
A música me embala, inebria meus pensamentos, deixa nublado tudo o que eu não quero que seja nítido. Essa é a sua função, afinal, enquanto eu choro por algo que nem deveria ter importância, a melodia continua a carregar-me ao desabafo, ao meu mundo de fuga e esconderijo.
Eu acho asilo nas palavras. Sempre foi assim, e provavelmente sempre será. Se não posso chorar em frente aos outros, choro em frente a um computador, digitando freneticamente coisas sem sentido, um amontoado de palavras desconexas, que só fazem sentido para mim, afinal sou a única que sabe o que se passa dentro de mim.
Até quando vou poder me esconder por trás da fachada de garota feliz? Eu não sei, e tenho medo de descobrir. Não quero ter que sair das sombras e me jogar na luz, pôr minha cara à tapa. Não tenho tanta coragem, e quem sabe no fundo, seja apenas mais uma garota tímida e covarde, escondendo-se por trás daquilo que nunca irá julgá-la, que nunca irá dizer que ela errou por não tentar acertar: ela mesma.
E enquanto as sombras me carregam para lugar nenhum, enquanto só tenho as palavras por mim, tudo o que eu desejo é um sorriso. Um sorriso para me mostrar que sempre há uma maneira de acertar o que parece ter sido torto desde o início.
Afinal, nada é imutável. Pelo menos eu espero que não.