Meu corpo todo treme insistentemente, pedindo para eu sair correndo sem olhar para trás, esquecer tudo e seguir em frente. Sei que deveria evitar os danos futuros, e a razão me pede para partir antes que seja tarde demais. Mas meu coração, ah, meu coração... Esse me pede para ficar mais um pouco, para ficar para sempre. Pede para que eu ignore todos os meus motivos e me jogue em teus abraços uma vez mais, e então mais uma, até que você se canse de me abraçar.
Sinto essa luta em mim, e minha mente se torna o campo de batalha. Me machuco no processo mas, ainda assim, as duas faces de mim são teimosas demais para se darem por vencidas. E eu, cansada e ferida, observo distante a destruição iminente que você causou em meu ser.
E lá vão elas, razão e emoção, batalhando pelo controle de meus atos. Se de um lado está minha consciência, e sei que é a este que devo obedecer, de outro está meu coração, decidido a ferir-se ao invés de simplesmente desistir. Não me deixa dormir, não me deixa pensar. Não sem antes me fazer perceber que ainda vacilo ao pensar em te deixar para trás.
O pior é saber que partir é o certo a se fazer mas, mesmo assim, não ter a força e a coragem necessárias. Vacilo a cada passo, adio o adeus, arranjo desculpas bobas e motivos para evitar a despedida, e isso me consome e me corrói. Me faz mal, e qualquer um percebe, mas mesmo assim insisto em dizer que ainda há esperança.
Não sei se isso é verdade, e temo jamais descobrir. Quem sabe, no meio dessa guerrilha, na qual sei que vou perder mais do que ganhar, eu me torne mais uma sobrevivente, mais uma dessas pessoas que vivem às sombras de algo que um dia ad preencheu.
Ou então aprendo a escolher, me decido de uma vez, e com sorte, simplesmente te deixo partir. No final, isso é o certo a se fazer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário