E aí aparece tu, tu e teu jeito manso, tua conversa tranquila, sem pressa, sem tempo e sem fim. Tu vens e, por um segundo, eu não sou mais quem era antes. Sou uma extensão de ti, encontro em mim algo que nem mesmo conhecia. Me renovo, me refaço, e tu continuas ai. Os mesmos trejeitos, o mesmo nome, e alguém novo a cada instante.
Tu vens e já não vejo quantos minutos se passam. Espero por cada resposta, cada sinal, cada nuance, porque sei que, assim que aparecem, elas me fazem conhecer melhor aquela que eu mesma sempre fui. Não é como se tu me mudasse, mas sim como se me conhecesse tão bem que até teus gostos são iguais aos meus, teus interesses me interessam também, e de alguma maneira absurda, tu me completas em vários sentidos que ninguém jamais foi capaz de fazer.
Só quero a certeza de que não estou enlouquecendo, ou que tu não és assim com mais ninguém além de mim, porque não quero me iludir como tantas vezes antes. Sou boba, crio histórias enormes dentro de uma frase, e novamente estou fazendo isso. Mas a culpa é tua e só tua. Tua e dessa tua tranquilidade, do aguardo, da sensação que tu me traz de que não temos data de validade, que a vida não é tão curta quanto parece e que temos todo o tempo do mundo.
E talvez tenhamos mesmo. Pelo menos por alguns instantes.
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