Vivemos de erros. Por mais que não admita, só vivemos por que erramos, só erramos por que vivemos. Não falo no sentido literal da palavra viver, não me refiro à respirar, comer, beber e dormir... Falo em viver, aproveitar os minutos, sentir as sensações tão intensamente quanto possível... Estou falando de aproveitar a única vida que lhe foi dada, a única à qual este teu corpo pertencerá.
Nós insistimos em tentar viver sem errar, insistimos em não arriscarmos, por medo dos resultados, quando tudo o que devia importar era a jornada até ele, a vivência, a aprendizagem... Somos seres errantes, essa é a verdade. Por mais que evitemos cada probabilidade, por mais que ignoremos as chances, por mais que desviemos de cada pequeno buraco no caminho de nossas vidas, mais cedo ou mais tarde erraremos. Na verdade, estaremos errando apenas por fazer isso, apenas por tentar-nos privar dos erros.
Não se aprende nada com os acertos. Aprende-se apenas com os erros. Os acertos só servem como um prêmio para as diversas tentativas fracassadas anteriores a eles. Então, por teoria, privando-nos dos erros, privaremo-nos da aprendizagem, bem como dos acertos. Afinal, sem erros não há razão para se acertar.
Parem de desviar dos erros, parem de deixar de viver para não errar, parem de tentar burlar essa lei da vida quase tão certa quanto a morte, esta lei que diz que iremos errar, por mais que seja difícil admitir. Fazendo isso, só estarão sendo ignorantes à ponto de fazermos exatamente o que menos queríamos fazer: errar. Errar tentando não fazê-lo, sendo falhos na ideia de não ser falho.
O ser humano é falho, e será falho para sempre. Por isso mesmo, é um ser humano.
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