Saudades. Saudades daquilo que me escorre pelos dedos com o passar do tempo. Os sorrisos, os ombros amigos, as conversas inconstantes. As confissões, a falta de compromisso, complicações e preocupações. Aliás, saudades de tudo. De ter um porto seguro, da certeza do que sinto ou do que gostaria de sentir. Da certeza de que o incerto era certo para mim, e por mais que isso pareça estranho, a verdade é que sempre foi.
Acho que a pior saudade, apesar de tudo, é a de ser dona de mim, não necessitar de nada, nem de ninguém, para me sentir bem. Agora, como morfina para a dor, preciso de algo para me livrar da inércia que minha vida se torna, preciso buscar algo que nunca antes me foi necessário. O pior é que sei exatamente o que me falta, e não posso buscar, pois prometi que seria mais forte que isso. E ah, como eu preciso.
Sinto falta do tempo em que não precisava de nada, nem de ninguém. Quando era apenas eu contra o mundo. Estava tudo bem daquela maneira, porque teve que mudar? Por que, apesar de tanto tentar, eu continuo caindo na mesma história, repetidas vezes, e acabo precisando de algo que não é para mim? Por que, de repente, as palavras não parecem suficientes para suprir esse vazio que se forma em mim cada dia mais?
Saudades de quando não havia saudade para sentir. De quando eu apenas vivia. Agora, já não sei se vivo tanto quanto antes. A quem estou querendo enganar fingindo ser forte, quando toda a realidade é que sinto saudades da força que um dia tive? Hoje, ela não passa de um grão de areia perdido em qualquer lugar.
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