E quando eu penso que acabou, conto até dez e tu aparece de novo. Eu olho ao redor, orando para não te ver, e, de alguma maneira, tu me rodeia, aparece, me incendeia. Incendeia o sentimento que eu jurava não mais existir. Ah, quantas vezes isso já aconteceu? E quantas mais irão acontecer? Te vejo muitas vezes, vezes demais, e mesmo jurando a mim mesma que você não surte mais efeito em mim, é inegável o bater acelerado do meu coração quando você está aqui.
Queria que tu sumisse. Que se mudasse, que não existisse, que fosse embora. Ao mesmo tempo, não sei se algum dia me acostumaria com a ideia de nunca mais te ver, porque no fundo, tua ausência me perturba. Prova disso é a forma como eu reajo toda vez que te vejo, após hiatos que são longos demais, sofridos demais, mas que eu ignoro. É mais fácil ignorar, olhar para frente, respirar um pouco mais. Mas a falta da totalidade, a falta do não-sentir, está sempre comigo. Quase acredito que, mesmo depois de anos, isso continuará acontecendo. E mesmo quando eu estiver com alguém que me faça feliz, alguém que me faça sorrir e valorize tudo o que há de mais simples em mim, sempre que tu estiver aqui, eu ainda me sentirei como na primeira vez.
Tenho medo disso, ah, como tenho. Mas há partes de nós mesmos das quais não podemos nos desfazer, e eu não estou pronta para deixar você ir. Nunca estarei, não completamente. Porque, no fundo, tu é aquele que me vem à cabeça sempre que eu penso no que significa amar. Momentaneamente, intensamente, dolorosamente. Até que eu ignore outra vez.
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