Cansei de escrever coisas sobre amor. Quero falar sobre a liberdade. Sobre sentir meus pés tocando a terra, o sol a bater em meu rosto, a brisa suave balançando meus cabelos dourados e o tecido do meu vestido. Falar sobre a felicidade indescritível de ter a cabeça vazia de preocupações e os ombros vazios de peso, sem hora para voltar, sem caminho a percorrer, sem destino final.
Poucas pessoas realmente dão valor à sensação libertadora de poder deitar-se na grama e simplesmente fechar os olhos, respirar fundo e esquecer da vida. Mergulhar naquela sensação maravilhosa de perder-se em si, sentir como se a vida não tivesse obrigações, como se todos os problemas estivessem a quilômetros de distância do seu próprio mundo. Ser livre é criar o próprio mundo, é não deter-se àquilo que vê todos os dias. É perder a definição de possível pelo menos por alguns instantes. É saber que, naqueles poucos momentos, o mundo é todo seu, e não há nada que não possa fazer e ninguém que não possa ser. A realidade é sua, e você a molda da maneira como bem entender.
Não sei quantas pessoas ainda reconhecem o verdadeiro valor da liberdade. Mas não a liberdade na sociedade, no trabalho, nas regras. A liberdade na própria mente, o libertar-se do próprio corpo. Das aflições, do medo, da angústia. De tudo aquilo que normalmente te prende no chão, e aliás, perder o chão é exatamente o objetivo. Sentir-se voando, mesmo que seus pés não deixem de sentir a grama entre os dedos. Absorver a leveza, mesmo que tudo tente te puxar para baixo. Viver em toda a sua simplicidade; isso é a liberdade.
Poucos a tem e, acredite, poucos a terão. Mas, se um dia você puder provar a sensação de estar livre em toda sua plenitude, aproveite intensamente cada instante, cada suspiro, cada pequena sensação. Sentir-se livre é sentir-se único e estar feliz com isso. É amar cada momento e perpetuar cada memória.
Esquecer, por um momento, que se é humano. Simplesmente existir.
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