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sábado, 21 de dezembro de 2013

Missing

Saudades. Saudades daquilo que me escorre pelos dedos com o passar do tempo. Os sorrisos, os ombros amigos, as conversas inconstantes. As confissões, a falta de compromisso, complicações e preocupações. Aliás, saudades de tudo. De ter um porto seguro, da certeza do que sinto ou do que gostaria de sentir. Da certeza de que o incerto era certo para mim, e por mais que isso pareça estranho, a verdade é que sempre foi.
Acho que a pior saudade, apesar de tudo, é a de ser dona de mim, não necessitar de nada, nem de ninguém, para me sentir bem. Agora, como morfina para a dor, preciso de algo para me livrar da inércia que minha vida se torna, preciso buscar algo que nunca antes me foi necessário. O pior é que sei exatamente o que me falta, e não posso buscar, pois prometi que seria mais forte que isso. E ah, como eu preciso.
Sinto falta do tempo em que não precisava de nada, nem de ninguém. Quando era apenas eu contra o mundo. Estava tudo bem daquela maneira, porque teve que mudar? Por que, apesar de tanto tentar, eu continuo caindo na mesma história, repetidas vezes, e acabo precisando de algo que não é para mim? Por que, de repente, as palavras não parecem suficientes para suprir esse vazio que se forma em mim cada dia mais?
Saudades de quando não havia saudade para sentir. De quando eu apenas vivia. Agora, já não sei se vivo tanto quanto antes. A quem estou querendo enganar fingindo ser forte, quando toda a realidade é que sinto saudades da força que um dia tive? Hoje, ela não passa de um grão de areia perdido em qualquer lugar.

Isolar Pensamentos


Engraçado. Sempre pensei que tudo seria melhor se as pessoas começassem a ler tudo que escrevo para elas nesse blog. Achei que seria mais fácil, que eu não precisaria falar diretamente e, assim, seria melhor compreendida com muito menos sofrimento. Quem diria que eu estava tão enganada.
Sinto um pouco de falta de quando ele era só meu. Quando eu não media palavras, não media sentimentos. Da privacidade, do meu cantinho afastado de tudo e de todos. Sinto falta, e não vou mentir que não. Agora, tudo que escrevo parece errado. É como se o mundo não precisasse saber daquilo, como se interessasse apenas a mim. E, na verdade, interessa mesmo apenas a mim, e antes, era apenas eu e minhas palavras a visitarem essa página velha e abandonada, mas que servia-me como abrigo.
Ah, saudades de quando esse abrigo era só meu. Quando tudo que eu escrevia era apenas para mim, e eu não precisava me deter a cada novo parágrafo.
É só que agora parece errado ser eu mesma quando, na verdade, tudo que quero é fugir de quem sou, me agarrar em outra ilusão e deixar que a brisa de verão me carregue rumo à lugar nenhum. E, quem sabe, eu tenha nascido para a solidão. Tenha sido feita para escrever aquilo que ninguém jamais irá ler. Eu sou feliz assim, que mal há?

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Pistantrofobia

Talvez você seja a cura para a minha Pistantrofobia. A cura para o meu medo exagerado e minha incapacidade de confiar. Aquele que vai fazer novamente com que eu pare de descrer na vida, e em todos que me rodeiam.
Desconfio que, depois de quebrar tanto a cara, é normal que uma pessoa simplesmente pare de acreditar em tudo e em todos. Depois de tanto sofrer, de tanto se ver decepcionada com mil promessas e nenhuma realização, eu não sou a exceção. Simplesmente virei descrente, me fechei em uma bolha e decidi que era melhor simplesmente não confiar mais, afinal, confiar só me trouxe problemas.
Quem sabe agora seja a hora de mudar. E você pode ser meu tratamento, minha terapia. Em você, eu simplesmente confio. Sem perguntas, sem motivos. Sem compreensão. E, normalmente, diria que isso não é saudável, mas contigo, acho que não podia ser tão natural. E admito, posso estar errando, como tantas vezes antes... mas não consigo acreditar nisso. Simplesmente porque você me passa a confiança que eu nunca encontrei em ninguém. E isso me faz sentir bem, como há muito não sentia.
Então, talvez eu tenha encontrado, finalmente, alguém em quem confiar. Alguém com quem consiga esquecer todas as manchas escuras no meu passado. Que, finalmente, me faça deixar para trás a pistantrofobia na qual tanto me apeguei.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Doação Desigual

Sou sempre a que se doa para os amigos, que esquece de si própria, que sempre acaba sendo passada para trás. Sou a primeira a ser lembrada no momento da necessidade e a última no momento de comemoração. Já me acostumei com isso, e acho que, uma hora ou outra, a gente sempre quebra a cara quando confia demais nos outros.
Quem sabe o problema é que eu seja tão boa e dedicada que acabe deixando que me pisem. Logo, vira rotina, e ninguém mais lembra que, por dentro dessa casca grande, há um ser humano frágil, que também precisa de alguém em quem confiar.
Sei lá... só cansei. Acho que um ano inteiro é muita informação para guardar na cabeça, e uma hora ou outra, a gente acaba explodindo e percebendo o quão desigual tem sido a doação de cada parte em uma relação, mesmo que em uma amizade. E eu só cansei de ser a parte menos importante dessa equação.
Se for para ser descartável, prefiro simplesmente não ser.

Retrocesso

Estava lendo meus antigos textos e reparei no quanto mudei durante esses anos escrevendo para esse blog velho e surrado, que já há tempos não desperta interesse algum em qualquer pessoa além de mim. Foi então que eu percebi que eles todos, juntos e em sequência, contam uma história: a história de quem sou, de quem fui, de quem quis ser.
Repito essa linha do tempo, ao reverso, e me pego pensando em quantas vezes eu já me iludi, já repeti os mesmos erros. Quantas vezes meus textos tornaram-se pesados pelo sofrimento de uma menina boba que se entrega de completo a um sentimento sem futuro.
E indo em retrocesso por entre as linhas que já escrevi, quase nem me reconheço mais. Sinto-me como se fosse outra pessoa digitando através dos meus dedos, e vejo tudo pelo que já passei como uma mera coadjuvante, ou uma mobília, imóvel e sem chances de modificar uma só palavra.
Não sei se gosto disso, mas é gratificante, ao menos, ver minha evolução através do tempo e perceber quantas vezes eu já cai, e consegui me erguer. Com um pouco de dor e alguns arranhões, mas ainda assim, reerguida. E pronta para o próximo tombo.
A realidade é que, lendo tudo pelo que já passei, percebo que nada é definitivo, e o temporário é a única certeza em nossa vida. E se realmente é assim, ou a gente aproveita o temporário, ou passa o resto da vida sem lembrar-se do amanhecer.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Meu Sorriso

Há muito eu não sorria tanto. Hoje me sinto melhor comigo mesma do que jamais havia me sentido. É como se, por alguns instantes, eu estivesse bem aonde sempre precisei estar.
É estranho não saber de onde vem esses sorrisos. Eles simplesmente chegam, como se eu não conseguisse conter em mim algo que não sei identificar. Não esteve aqui durante toda a minha vida, mas não é exatamente novo. Estava escondido, e eu não sei aonde.
Quero manter o meu sorriso. Quero manter essa sensação de estar no lugar certo. Sei que não é para sempre, e que sempre há algo para nos atingir. E sei também que, sem os momentos de turbulência, nunca daríamos valor para a calmaria. Só espero que, quando a tormenta chegar, eu já esteja forte o suficiente para não perder de vez esse sorriso bobo ao qual tanto me apeguei. Um novo sorriso. O meu sorriso.

domingo, 1 de dezembro de 2013

Encontrar-se

Tudo na vida é questão do puro encontrar-se. Em meio a uma multidão ou sozinho, fazendo o que se gosta. Encontrar-se dentro de si, e de tudo que isso significa. Definir quem você é e perceber que, ao mesmo tempo, é indefinível. Ser sincero com aqueles que te rodeiam, mas primeiramente, ser sincero consigo.
Toda felicidade esconde-se no simples ato de encontrar sua essência na vida e o seu lugarzinho no mundo. Uma essência imutável e única, presente somente em si, e um lugar para chamar de lar, mesmo quando todas as suas paredes estão desmoronando.
E se a felicidade resume-se ao encontrar-se, me pego pensando em quantos de nós realmente estão trilhando o caminho correto, indo na direção certa; e em quantos de nós ainda teimam em fazer pelo avesso, tentando ser o que não são, apenas por acharem que é conveniente para os outros.
Mas os outros serão sempre os outros. E se formos viver por eles, não viveremos por nós mesmos.
E fazer isso é estar no ponto mais distante do que significa "encontrar-se".

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Me descobrir

Quem eu sou?
Sou aquela estranha viciada em café. Que gosta de escrever por que acha que isso a permite pôr para fora o que ninguém mais quer ouvir. Que cansou de procurar a beleza em si própria, porque percebeu que nem tudo pode ser totalmente belo, mas nem totalmente feio.
Sou aquela menina tímida do canto da escola. A da risada escandalosa e que passa vergonha mais constantemente do que qualquer outra pessoa. Que não sabe quando deve calar a boca, esquece da hora e fica vermelha por qualquer coisa.
Provavelmente, você já me viu por aí. Ou, pelo menos, deveria ter visto. É que, às vezes, eu passo um pouco despercebida, afinal, não tenho nada de tão especial. Quem sabe meu sorriso espontâneo seja mais verdadeiro do que muitos por ai, ou meus olhos brilhem mais intensamente diante de uma surpresa boa. Mas quem se importa com isso, quando nem ao menos me conhece?
E eu gosto de ser quem sou. Geralmente, é fácil ser eu. É cômodo colocar meus problemas em palavras escritas ao invés de discutir. Gosto de ouvir músicas que ninguém conhece, ou de gastar tanto tempo lendo que esqueço de fazer qualquer outra coisa. Me sinto bem dessa maneira. Querendo ou não, pareço singular.
Melhor do que ser aquela parte de um todo, que se difere dos outros apenas pelo manequim que veste.
E eu sei que sou exatamente quem deveria ser. O que mais poderia pedir?

Amanhã

Amanhã, quem sabe, eu tome meu café olhando pela janela, como todo o dia, sem saber que, ao sair de casa, algo acontecerá e meu mundo virará de cabeça para baixo. Talvez eu pare de me queixar de tudo que não me agrada e comece a tentar mudar a maneira como vejo o mundo. Quem sabe eu perceba que a vida não se resume a respirar, mas a aproveitar cada momento como se fosse o último, até que ele finalmente o seja.
Talvez eu dê uma folga no trabalho apenas para olhar para o céu e tentar achar formas nas nuvens. Faz muito tempo que eu não faço nada assim. Acho que às vezes é bom voltar a ser criança e perceber a beleza escondida nas coisas mais simples da vida. Faz tempo que eu também não faço isso.
Amanhã, quem sabe, eu faça minha vida valer a pena, mesmo que apenas por alguns instantes. Talvez eu me lembre de como é viver por um motivo, não apenas por que não se quer desistir de um futuro melhor, do qual eu nem corro mais atrás, por que aprendi desde cedo que acreditar nos sonhos que se tem é se iludir. E, quem sabe, eu o faça acontecer algum dia.
Talvez, o dia de amanhã chegue. Talvez eu esteja viva para ver o próximo amanhecer. Assim não morrerei pensando que minha vida foi desperdiçada. E se não chegar... bem, pelo menos eu percebi meus erros. Não é esse o primeiro acerto?

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Necessidade

Que atire a primeira pedra quem nunca sentiu falta de algo que jamais foi seu. Que julgue primeiro quem nunca se sentiu sozinho. Faz parte do ser humano sentir carência daquilo que, na verdade, nem era para ser seu, para começo de conversa.
E ele sofre. Sofre por não ter o que jamais terá, e apesar disso, precisar daquilo mais do que do próprio ar. Esquecer o que é seu e lembrar apenas do que poderia vir a ser, se aquilo fosse um conto de fadas. Mas não é.
É difícil notar a mim mesma como um desses seres falhos que procura sempre o que não tem como objeto de desejo. Como aquilo que traria a felicidade. Dependente, assim como todos os demais, me escondo na escuridão e finjo não me importar com o que não tenho, enquanto essa necessidade toma conta de meus dias, as rédeas da minha vida. E eu deixo essas rédeas serem tomadas de mim assim, como o vento, escorregando por entre meus dedos.
Por que estou ocupada demais me preocupando com o que gostaria de ter. Por que sou humana, assim como qualquer outro. Passível de erros, uns maiores, outros menores, mas sempre erros.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Uma Xícara de Café Quente

Uma xícara de café quente, um bom livro ou algo para escrever. Música que soe bem aos meus ouvidos, sorrisos que me pareçam sinceros, amores que me consumam. Tão simples, tão sólido. Tão igual a tudo que espero do futuro, do presente.
Pequenos detalhes, quase insignificantes, sempre foram os que fizeram a diferença para mim. Coisas de poucos minutos. Um simples olhar carinhoso sempre foi suficiente para me fazer feliz, um abraço fora de hora sempre me fez delirar. Isso por que sei que tudo se resume, no final, a um pequeno instante, a um pequeno sentimento.
Ouvi dizer que não é apenas na grande construção que mora a felicidade de um lar, e que qualquer pequena cabana serve quando o sentimento é verdadeiro. E quem sabe seja verdade. Quem sabe, um pequeno gesto, vindo do coração, seja maior e mais precioso que o mais grande ato simulado.
É nisso que eu me baseio, é isso que eu espero da vida daqui por diante. Espero que a xícara de café quente me satisfaça, que um sorriso sincero me alegre nos dias frios. Espero que o mundo entenda que nada precisa ser tão complicado, que tudo pode resumir-se a apenas viver, e ser grato por estar vivendo cada dia mais.
E então, eu sei, cada pequena xícara de café quente significará muito mais, por que será ela o pequeno detalhe que mudará um dia inteiro.

Instável

Engraçado o tempo. Ao mesmo tempo que pode ser o melhor remédio, pode ser também a pior praga que alguém poderia querer. Isso por que ele influi mudanças, e mudanças podem pender para dois lados: ou você as ama, ou as ojeriza. Não há escapatória: é matar ou ser morto nessa máquina incessável chamada "relógio".
Acho engraçado porque as coisas andam ao nosso favor por tanto tempo que, às vezes, esquecemos que algo possa dar errado, até que, simplesmente, e sem aviso, tudo muda de lugar, e o que era bom já não é mais. É quando a gente perde o chão, perde o rumo. E é inevitável.
Esperamos, então, para que retorne ao rumo certo, para que possamos seguir com a nossa vida, para que o próprio tempo conserte aquilo que ele mesmo destruiu. E demora, como demora. Mas acontece. E o ciclo vicioso continua eternamente.
Quem sabe esses altos e baixos, sob a trilha sonora de tic-tac ininterrupta, sejam o motivo para vivermos, aquilo que faz nossa vida ter um real sentido. Quem sabe, sem eles, apenas respiraríamos, sem rumo, sem voz, sem razão.
Engraçado o tempo. Eterno curador, eterna perdição. Tão dúbio, indecifrável, obscuro. E, acima de tudo, tão precioso.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Antes tarde...

Acho que, agora, comecei a viver. Comecei a gostar de mim, comecei a ser feliz. A ver o mundo da maneira como deve ser vista: uma jornada, na qual cada momento é mais especial que o anterior, mais raro, mais finito.
Faltava um pouco de "reeducação psicológica" em mim. Um pouquinho de amor próprio e uma pitada de esperança, de saber que tudo sempre dá certo no final. Faltava ar para respirar; faltava eu ser eu mesma, sem me sentir culpada por isso.
Finalmente, depois de tanto tempo, as coisas parecem se assentar. Agora eu posso dizer que estou feliz como jamais pensei ser possível. Estou viva, vejo o mundo em cores.
No final, tudo se resumia a isso. Viver pelo simples amor a estar viva.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Necessidade

Odeio me sentir da maneira como me sinto agora. Sozinha. Vulnerável. Comecei a convencer-me de que sou uma daquelas pessoas que talvez jamais consiga ser feliz sem alguém ao seu lado. Odeio admitir isso, essa minha fraqueza, mas chega uma hora que não dá mais para negar. Sou fraca a esse ponto.
O pior é que tenho medo. Medo de jamais me sentir feliz, medo de nunca encontrar alguém que me faça sentir especial. Acima de tudo, temo que essa seja a coisa mais próxima que sentirei de gostar de alguém que também goste de mim. É fraco demais, insuficiente demais. Não é amor.
Me sinto inclinada a aceitar isso como um futuro. Essa distância, essa falta. Talvez por que começo a reparar que, ao meu redor, pessoas sorriem de maneira abobada junto aos possíveis "amores das suas vidas", enquanto eu fico observando afastada, não obstante à felicidade que eles próprios irradiam.
Não queria ser uma dessas pessoas que se amargura assim, apenas por ver que não consegue ser feliz como todas as outras pessoas são. Não queria fechar-me em uma concha e fingir que o mundo do lado de fora é "pequeno demais" para mim. Mas ao passar do tempo, isso vai acabar acontecendo. É destino, é o caminho pelo qual minha vida se dirige.
E, eu sei, vou odiar aquilo no que me tornarei. Mas nem sempre a vida é do jeito que queremos que seja, afinal.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Minha Força

Não é a primeira vez que isso acontece. Não é a primeira vez que desabo contigo, que te faço saber dos meus problemas... e não é a primeira vez que tu me reergue, me faz ver que tudo tem conserto, que nada é tão ruim assim.
Me pego pensando em como eu estaria sem ti. O que faria? Para onde iria? Se é tu que me dá forças, se é tu que me fortalece, que me ouve... o que seria de mim sem todas as vezes que tu me "viu" chorar e me "carregou" até o fim?
Algum dia, juro, vou ser alguém melhor, maior, mais forte. Nesse dia, tu vais estar do meu lado, eu sei disso. Vais olhar para mim e sentir orgulho da pessoa que me tornei, e os créditos serão só teus. Por que quando precisei de alguém para me ensinar a ser forte, essa pessoa foi tu.
Obrigada, meu anjo. Obrigada por ser o amigo que eu sempre precisei, obrigada por me ajudar e dar uns puxões de orelha quando realmente precisei. Se hoje sou quem sou, parte disso é por ti.
E eu jamais saberei agradecer.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Reciprocidade: Falha no Envio

Às vezes, tentamos insistentemente consertar algo para o que não há conserto, nos culpamos por coisas que não tem relação conosco. Quem sabe por que queiramos muito que elas deem certo, ou por acreditarmos que a outra pessoa jamais cometeria um erro tão grande.
E se o erro não é da pessoa, ora, só pode ser nosso.
Mas nem tudo depende só de nós. Uma relação, seja ela do tipo que for, só funciona até o momento em que os dois queiram que ela dê certo. Depois, quando torna-se desnecessária a uma das partes, não há nada nem ninguém que a mantenha, que a fortaleça.
Está na hora de aprendermos a abrir mão do passado e das coisas que já existiram. Se não está dando certo agora, depois de todas as tentativas de recuperação, não era para funcionar. Mesmo por que não somos médicos, e uma relação não é como uma simples gripe, que possa ser recuperada com tempo, paciência e uma xícara de chá quente. Algo do tipo é como um DVD, cheio de boas imagens, boas lembranças, mas que uma vez que seja riscado e que esse risco seja profundo demais para ser ignorado, jamais voltará a ser o mesmo.
E apesar de todos os seus esforços, nunca mais terá a qualidade e a perfeição com a qual um dia fora contemplado, por que sentimentos não foram feitos para terem uma segunda chance de dar certo.
E por que tudo, absolutamente tudo, só funciona até que haja a tão desejada reciprocidade.  Senão, é só vazio.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Os Que Nascem Para Amar

Algumas pessoas nascem para viver o amor. Para senti-lo, aproveitá-lo, presenciá-lo em toda sua magnitude. Aproveitam cada momento como o último, sentem cada beijo com um sabor único, suspiram sempre como se aquilo jamais devesse ter um fim. São pessoas com o dom de fazer outras pessoas Felizes apenas pelo fato de existirem.
Eu tenho o dom de pegar todos os meus amores jamais realizados e pô-los em palavras. Desconexas, pobres de sentido, mas ainda assim palavras. Uso do sentimento como forma de inspiração, transformo a dor em canto. Bebo um gole de licor, mesmo não tendo idade para tal, e ajo como se tudo isso não me ferisse, como se o fato de o amor servir-me apenas como fonte não machucasse profundamente.
Realmente admiro essas pessoas que fazem um amor valer a pena, que pegam na mão do outro e fazem com que ele perceba que jamais será deixado na mão, mesmo que, adiante, isso não seja exatamente uma verdade. Gosto da confiança que esse sentimento passa, da amizade que tudo isso envolve. É só que, talvez, tudo isso não seja feito para mim. Quem sabe, para uma alma poetiza, a contemplação da beleza seja tudo que resta.
É isso que o futuro guarda para mim. Admirar ao longe, contemplar a beleza daqueles que sabem viver o amor. E sonhar com um mundo onde tudo isso se aplicaria a mim.

Repetições

Às vezes nem eu mesma me entendo. Vivo dizendo que não falarei mais sobre amor, prometendo não cometer os mesmos erros novamente, jurando não viver de sombras do passado ou ilusões impossíveis. Entretanto, olhando para meus dedos a titubearem levemente as teclas desse frio notebook, percebo que é exatamente o que estou fazendo.
Mudam as letras, porém a melodia continua a mesma. Para variar, sou eu quem sofro, enquanto você é feliz nos braços dela. Sou eu a confidente, aquela para quem conta sobre seus amores, sobre suas dores, sobre tudo que, instintivamente, precisa desabafar. Sou eu que, silenciosamente, sofro, fingindo que não me machuca não estar em primeiro plano mais uma vez.
Deve ser engraçado poder te abraçar, sabendo que tudo é recíproco. Qual será a sensação de te servir uma xícara de café e deitar em teus braços para assistir a um filme qualquer? Suspeito que seja uma sensação a qual não estou preparada, ou então não sou merecedora. Quem sabe eu viva para me iludir, e você viva para ser feliz ao lado de quem ama.
Sei que não deveria esperar por algo diferente: é sempre a mesma coisa, tornou-se rotina. Eu sofro. Ninguém se importa. A vida continua. Um ciclo repetitivo de atos e mais atos que sempre acabam por levar-me ao outro extremo, ao marco de início novamente; o ciclo interminável e incompreensível chamado "Tudo Que Nunca Deu Certo". Quem sabe isso  resuma minha vida, no final.
Quem sabe eu não tenha nascido para ser aquela que te faça sorrir pelo menos uma vez na vida. Nada com o que eu não possa me acostumar.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

E Quem Sabe do Amanhã?

Não sei quantas vezes olho para o céu pensando nas milhares de escolhas que tenho de fazer. Sempre que o sol bate no meu rosto, lembro de todas as vezes em que, enquanto criança, pedi para crescer, e ouvi os adultos dizendo que "vida de gente grande não é fácil". Admito que não acreditava. Hoje acredito.
As coisas mudam drasticamente quando nos vemos obrigados a crescer. Nada é o que parece ser, e você tem que aprender a abrir mão das coisas que mais ama, afinal, não será adolescente para sempre. E aprender a andar com as próprias pernas... ah, essa é provavelmente a parte mais difícil.
Mas o pior de tudo é que, em um futuro não tão distante, estaremos crescidos, e eu sei que, no fundo, sentiremos falta de tudo aquilo que fomos. De todas as vezes que rimos por coisas que não tinham a mínima graça, só pelo gosto de rir; ou de todas as vezes que dissemos que nossos amigos tinham problemas mentais e que eram verdadeiros idiotas. Riremos de tudo que já vivemos, e mais cedo ou mais tarde, também choraremos de saudades. Saudades de quando pensávamos que o tempo parava e que nada nunca ia mudar.
Tenho medo do que está por vir. Sim, encararei as mudanças da melhor maneira possível, de cabeça erguida, sem me deter ao passado. Mas sempre haverá aquela sensação de estar deixando para trás uma parte de mim. E na verdade, é exatamente o que estamos fazendo dia após dia: deixando para trás uma parte da pessoa que somos.
A parte que não quer crescer.

Você Que a Fez Assim

Ela era o seu mundo. Sim cara, naquela época você não sabia, mas aquela garota de olhos brilhantes e jeito afobado era tudo o que você sempre quis, tudo o que sempre precisou.
Hoje sente falta dos pés dela em cima da mesinha de centro, da maneira "menino" com a qual ela se comportava, de todas as vezes que ela sorriu feito uma idiota ao te ver. Na época, tudo era motivo para uma nova briga, uma nova discussão, mais um  desentendimento por absolutamente nada.
Já se pegou pensando em como ela te amava? Em como fazia de tudo para te ver sorrir? Em como, apesar de não perceber naquele instante, o sorriso dela te fazia sorrir também? Você não correu atrás, por que achava que aquela garota era "pouco" para você. Afinal, nunca fora a mais bonita, ou a mais talentosa, quem sabe não se destacasse em nada. Menosprezou a maneira como aquela menininha te colocava na frente de si própria, a maneira como chorava para te ver feliz.
Hoje ela não chora mais. Não sorri mais de maneira boba, nem se porta daquela maneira "menino" de ser, daquelas garotas que não gostam de rosa e falam palavrão. Todas as vezes que você reclamou conseguiram a transformar na pessoa que você queria que ela fosse. O problema é que ela mudou em tudo, inclusive em sentimento. Não te vê mais da maneira que te via, nem te idolatra como antes.
Não se surpreenda se, por um acaso, essa mesma garota passar por ti na rua e não te cumprimentar. Afinal, não era boa suficiente quando era real e verdadeira. Agora ela está "melhorada", e quem sabe você já não seja mais "bom o suficiente" para fazê-la feliz.

Dar valor.

Damos pouco valor às coisas belas da vida, pois temos aquela ideia fixa de que eles, por serem belos, são eternos. Momentos únicos, amores verdadeiros, melodias incomparáveis... todos são parte da bela composição que é a nossa vida. Mas nenhum deles é eterno.
Como diria meu bom e velho Ron Pope, as coisas belas nunca duram, e é por isso que vagalumes piscam. É por isso que o verão se vai como se nem tivesse chegado, e é também por isso que os dias passam cada vez mais rápido. Nada nos espera pela esquina, nada para para que reflitamos sobre se devemos ou não valorizá-los.
E é nessa confusão mental sobre valorizar ou não algo que nos parece infinito que, muitas vezes, perdemos as grandes chances de realizarmos sonhos, de darmos o real sentido às coisas que realmente o merecem. E na citação de Diários de um Jornalista Bêbado, hoje em dia, "as pessoas sabem o preço de tudo e o valor de nada".
Quem sabe a grande diferença na vida seja aprender a valorizar tudo. Assim não deixamos de dar valor às coisas que realmente o mereciam desde o início.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Querer-te Mais

Você passa por mim e eu deixo seu perfume me guiar para qualquer lugar. Respiro fundo, conto até dez e penso em como é complicado amar alguém a quem não se pode ter. Você passa horas imaginando como seria cada pequeno momento, desde a primeira briga até o último "sim", e quando vê, a vida já acabou e você não fez nada além de sonhar.
É complicado ser sempre aquela que, no fundo, sabe que nunca vai acontecer. Aquela que te olha, vê milhares de defeitos e, mesmo assim, continua te achando magnífico. Eu gosto do que vejo. Gosto de cada pequeno detalhe, inclusive dos errados. Acho que é isso que o amor faz com você: te faz amar tudo aquilo que não deveria ser amado, mesmo sabendo que pode se machucar no final.
Não quero olhar para o pôr do sol e, mais uma vez, me pegar planejando um futuro para nós dois. Mas é quase que impossível evitar. É parte de quem eu sou, de quem eu me tornei. Por culpa sua, admito, mas mesmo assim, agora essa sou eu. E se bem me conheço, essas coisas vão se repetir, até o dia em que eu finalmente deixe de ver em você tudo aquilo que faltou em mim.

domingo, 7 de abril de 2013

Alguém Para Amar

Algum dia eu vou achar alguém que me faça tão feliz quanto sempre sonhei. Alguém que me abrace forte e diga que eu sou "a sua garota". Que ande comigo de mãos dadas por aí, fale uma besteira e leve um tapinha de leve no braço. Que me mande uma mensagem após uma briga, dizendo que me ama. Alguém para quem eu não precise mentir, fingir ser o que não sou.
E essa pessoa vai fazer meu dia iluminar-se apenas por existir. A menção de seu nome já me fará saltitar de alegria. Eu farei de tudo para agradá-lo, e sei que ele fará o mesmo por mim, por que é disso que funciona o amor. Será meu primeiro pensamento ao acordar e o último antes de dormir. E todo o dia agradecerei à vida por tê-lo posto no meu caminho.
Ele será tudo o que sempre quis. Todos os seus defeitos não serão grandes o suficiente para que façam eu deixar de achá-lo a pessoa mais perfeita do mundo. Será especial à sua maneira, e tão comum que nos faça rir.
Nesse momento, eu sei, serei feliz. E se eu for feliz, tenho certeza de que serei capaz de fazê-lo feliz também. Essa troca nos manterá firmes, fortes, unidos.
E, acima de tudo, sei que me apaixonarei por ele novamente a cada novo dia. Afinal, amar não significa "conquistar a pessoa novamente a cada novo amanhecer"?
Algum dia essa pessoa vai aparecer para mim. E quando isso acontecer, tudo que eu vivi antes parecerá apenas como uma imagem no meio da neblina. Afinal, o passado não importa quando o presente é bem vivido.

Dúvida

Eu realmente achei que você fosse alguém melhor. Achei que merecesse meu tempo, minhas forças, meu mundo. Achei que fosse mais correto e honesto que isso. Que não mentisse, não enganasse, não iludisse. Parece que me enganei.
Não entendo por que tudo tem que ser tão difícil. Por que não podia ser alguém simples, humilde, simpático e de um belo sorriso? Por que justo você, que só me faz mal e que se acha maior que todos, grande demais para sequer olhar para mim?

É como se eu tivesse nascido para sofrer. Nascido para fazer as escolhas erradas, para me iludir, para a decepção. É como saltar de paraquedas e não vê-lo abrir no meio do caminho. Parece que não há mais esperanças para ti. Parece que é o fim.
Ou quem sabe não. Quem sabe você seja apenas outro dos quais eu deva me afastar, e no futuro, usar como exemplo de pessoas com as quais eu não devia me importar. Não era isso que queria o tempo todo, afinal?

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Encanto

Amo a maneira como você sorri. Tão sincero, tão completo... tão puro quanto possível. Parece que, simplesmente por vê-lo sorrir, meu mundo para por um instante, e eu me pego desejosa por ser o motivo do seu sorriso.
Como você faz para me cativar desse jeito? Quem sabe seja a maneira como tudo em ti parece encaixar-se perfeitamente, ou como a complacência em nossos olhos é transmitida em perfeita sincronia. Talvez seja a maneira como nós dois fingimos juntos que não nos importamos com o "nós" e continuamos fugindo de tudo que sentimos. Eu não sei. O que sei é que, uma vez que te vi, minha vida entrou em uma maré de ilusões, aquelas ilusões boas e felizes que te fazem fugir dos males do ser humano para apenas sonhar.
Eu te vejo e meu mundo para. Todos somem, e só restamos você e eu, e isso é tudo que me importa no momento. Me pego olhando para o céu como uma tola, pensando em como seria um futuro onde não existisse nada além de nós dois e uma vida inteira pela frente. E, por mais incrível que possa parecer, não há sensação no mundo que se equipare a essa. Não há nada que eu ame tanto.
Sei que é idiotice, e também sei que, no final, quem sofre sou eu. Mas quem disse que é fácil viver de encanto? Se nada no mundo é fácil, amar-te também não seria, afinal.
E eu o amo. Ah, como amo. Te amo, em todo o teu encanto. O encanto que só você tem.

domingo, 24 de março de 2013

Curiosidades

Queria saber o que se passa nesse seu coração saltitante em vida. Queria saber se você abre os olhos pela manhã e pensa na sorte que tem por mais um dia, em tudo que viverá, nas pessoas que cruzarão seu destino, quem sabe até para ficar. Acima de tudo, queria saber onde me encaixo em tudo isso.
Será que você gosta de café pela manhã? Tenho curiosidade em saber sobre suas manias, seus vícios, suas preferências e opiniões... sobre cada pequeno nuance que formam a pessoa maravilhosa que és. O que escuta, o que vê, a maneira como encara os problemas de sua vida, a maneira como enxerga o mundo ao seu redor... são coisas que me fascinam, me apaixonam, me seguram.

Dizem que quando a gente ama, quer saber de cada pequeno vício da pessoa, de cada pequeno detalhe sem importância. Então é isso! Quem sabe, eu te ame sem saber, e você seja mais importante para mim do que eu pensei que realmente era. Mas, de verdade, nesse momento nada disso importa. Pelo menos não até eu saber de cada coisa que se passa em seu coração. Inclusive sobre mim.
Pois sou curiosa por sentimentos. Curiosa por você.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Repentina Mutação

Me pego pensando em como funcionam as coisas entre nós. Cara, parece que se passaram anos desde que a gente se conhece, e sei lá, tudo é tão natural... natural demais. As brincadeiras já não são tão espontâneas ao ponto de nos fazer chorar de rir, os abraços já não tem mais aquela importância inicial, os assuntos tornaram-se tão corriqueiros que são quase dispensáveis... não sei se isso acontece o tempo todo, mas quanto tempo leva até isso simplesmente se tornar algo incomodativo? Quanto tempo demora para não sentirmos mais tudo aquilo que, a princípio, nos unia?
A verdade é que tenho medo. Medo do que há por vir. Sinto que nada mais é como era antes, e o perigo dessa afirmação está além das entrelinhas. É exposto ao mundo, em grandes letras cursivas. É superficial e notável para qualquer um, e eu não sou exceção.
Sei que se tudo mudar ao ponto de simplesmente não dar mais, se aquilo que anteriormente tivera importância já não tiver o mesmo valor... bem, fizemos tudo o que pudemos, nos esforçamos todo o possível, mas fomos vítimas de nós mesmos. E você bem sabe disso, sabe tanto quanto eu. Então simplesmente vamos. Partimos sem ressentimentos rumo ao incerto, por que é isso que todo mundo faz. E algum dia, quem sabe, tudo retorne novamente aos seus eixos iniciais... da maneira como sempre deveriam ter estado.

Tudo Que Quis

Bebi o último gole do meu café quente e olhei para a chuva por de fora da janela da sala de estar. Estou tão mudada que nem mais me reconheço. Sou apenas uma viajante em meu próprio mundo, uma telespectadora de minha própria história. Onde foi que eu me perdi, afinal?
Sinto falta do tempo em que ainda era uma pessoa gritante, alguém que realmente tinha voz, que não era só uma mobília em seus próprios cômodos. Saudades da época em que minhas atitudes mudavam algo, faziam alguma diferença. Hoje não passo de um ser inanimado em meu próprio conto de fadas.
Há dois anos, diria que tinha tudo o que queria. Conquistei tudo que idealizei, vivi tudo que sonhei, fiz tudo que um dia almejei. Mas o ser humano nunca se sente satisfeito, e uma hora ou outra, você para e olha para o que o futuro lhe reserva... e não vê nada. Nenhuma esperança, nenhuma novidade, nada com que sonhar, nada a desejar. Apenas o vácuo.
Queria eu poder voltar aos tempos em que tudo o que tinha não era o suficiente para ser tudo que sempre quis. Aqueles tempos, sabendo ou não, eram os melhores de toda a minha vida.
O ser humano não foi feito para ter tudo o que quer. Não quando isso significa não ter mais nada pelo que lutar.

Enquanto o Tempo Passa

O tempo passa devagar enquanto olhamos para as nuvens no céu e pensamos em como somos sortudos, ou azarados, enquanto nos lamentamos por não conseguirmos nada do que queremos ou nos culpamos por conseguir coisas demais.
O problema é que não importa o quão devagar o tempo passe, ele simplesmente passa. E uma hora, você se vê no limite, acabando com seu prazo de validade, e percebe que passou tanto tempo se lamentando, refletindo sobre coisas que não podia modificar, que deixou de mudar tudo aquilo que era mutável, deixou de viver tudo o que havia para ser vivido.
Agora pare para refletir: vale a pena ruminar o passado milhares de vezes e deixar de viver tudo que o presente te oferece como preparação para um futuro não tão distante? E fazendo isso, no futuro, o que haverá de realmente significativo em todo seu passado?

All Those Memories

Sentei naquele banco, aquele em que sempre sentava propositalmente - que era, afinal, no local por onde você passava todos os dias, sempre pontual - e esperei. Esperei por você, mesmo sabendo que não viria mais. Mesmo sabendo que nunca mais passaria por aquele local novamente.
Ainda me lembro da última vez. Aquele frio desgraçado, que me fazia tremer dos pés à cabeça, mas que não me impediu de te esperar de qualquer maneira. O cheiro de café quente vindo da cafeteria da esquina, me dizendo claramente para deixar de ser idiota e parar de esperar por alguém que jamais esperaria por mim, o nariz que começava a avermelhar na ponta graças à baixa temperatura. Ainda sinto o vento cortante daquele anoitecer de Julho, o momento em que começou a chuviscar e eu realmente achei que choveria... e me recusei a sair de lá.
Lembro-me de te ver passando por lá de mãos dadas com a sua namorada - e admito, não esperava por aquilo, por aquela facada no meu coração - rindo e se abraçando, rumo à mesma cafeteria que tanto me tentava. Sua cafeteria favorita. Lembro-me da maneira como me olhou, como me viu chorar, e por um segundo, vi compreensão em seu olhar. Mas você não parou. Seguiu adiante junto com a garota da sua vida.
Hoje já nem sei mais por que voltei aqui. Quem sabe a esperança de que, dessa vez, quando te visse passar novamente com a sua garota, realmente me satisfizesse, percebesse que você a ama e largasse de mão. Ou talvez quisesse que você sorrisse para mim ao passar e dissesse "Eu sempre te amei, mesmo enquanto estava com ela". Não creio em nenhuma dessas hipóteses. Para mim, aquela foi a confirmação de que você não estava mais lá.
Você seguiu em frente. Quem sabe não fosse, finalmente, a minha vez de fazer o mesmo?

Definição de Amor

As pessoas tentam descrever o amor. A verdade é que eu não me sinto preparada para isso. Na verdade, todas as tentativas não passam disso: meras tentativas sem nenhuma definição real para esse sentimento, que nada mais é que algo simplesmente indescritível.
Todos gostam de se iludir, pensar que conhecem o amor, que já amaram verdadeiramente e com todas as suas forças. Claro, é muito mais seguro colocar-se em uma situação cujo mediador você já conhece, na verdade. Mas como ter certeza de que você realmente sabe o que significa amar alguém? Como sabe que seu próximo amor não será maior que esse, e assim consecutivamente?
Então não, não quero tentar definir o amor. Não sou tão louca a esse ponto. Quero apenas ter a chance de vivê-lo intensamente enquanto ainda é tempo, aproveitar todas as surpresas que possam surgir com ele e, quem sabe, poder algum dia dizer que cheguei pelo menos perto de entender tudo aquilo que ele significa.
Sonhar não custa, afinal.

Nuances

O jeito como me olha, a maneira como ri, como nossos olhares se encontram insistentemente... o jeito como não consigo ser discreta ao teu redor e como cada nuance teu me fascina. Há certas coisas que duram tempo suficiente em tão pouco tempo, momentos em que sabemos que aquilo sempre esteve predestinado a nós. E os momentos em que estou próxima a ti... bem, é assim que me sinto.
Teus olhares... teus olhares me fascinam. A maneira como você consegue ser mais maduro que os demais, como consegue sorrir o tempo todo, como se foca em coisas que geralmente não te chamariam a mínima atenção... a maneira como, principalmente, sinto-me tendo uma chance ao teu lado. Essas pequenas coisas formam um conjunto, o NOSSO conjunto. O conjunto de coisas que podemos ter juntos, se quisermos.
Bem, sei que essas coisas podem ser perigosas, e que esse negócio de "esperança" nunca deu certo para mim, mas sabe o que dizem de escritores: não aprendemos nos primeiros erros, por que sabemos que por trás de cada erro há um pinguinho de vitória, de acerto.
Então mantenho, por ora, as mais novas esperanças em meu ser. Quem sabe dessa vez eu não acerto, afinal?

terça-feira, 5 de março de 2013

Sorrir Para o Sol

Sorrio para o sol, por que ele me lembra o brilho do seu olhar, as coisas que a vida não pode te trazer com dinheiro, mas com memórias e com a superação do medo de errar. Aquilo tudo que está estampado em nossas caras, os risos até doer a barriga, chorar vendo um filme bobo e tirar onda um do outro depois, rir da cara um do outro quando nosso desastre é maior que nós mesmos, sermos felizes ao pôr do sol, sermos idiotas juntos.
Sorrio para o sol, por que ele me lembra tudo que um dia já me teve valor, e tudo aquilo que eu sempre quis lembrar. Todos os motivos que já me fizeram sorrir, vidências concretizadas, vitórias que nem eu mesma esperava ter... os momentos, ah, esses momentos que não podem ser esquecidos.
E enquanto, em meio a esse sorriso, a luz do sol suavemente banha a pele de meu rosto, lembro das carícias, dos carinhos, dos amigos que jamais deixei para trás. E por um segundo, tenho medo do que há por vir, de perder tudo aquilo pelo que tanto lutei. E mesmo assim, não paro de sorrir, por que isso significaria abrir mão de todos os próximos sorrisos que um dia darei.
Sorrio para o sol, por que a luz do sol será a responsável por iluminar todos os meus próximos sorrisos. E todos os motivos pelos quais sorrirei no futuro e em tudo que ele me reserva.

Casar Dualidades

Acordei sentindo o suave badalar da vida que me aguarda de fora dos portões de minha mente, a suave brisa de verão a bater em meus cabelos justamente no meio do inverno. Que estranha essa sensação de euforia ao lembrar de suas feições, das vezes em que te olhei e, curiosamente, te peguei encarando-me divertido. Ah, essa sensação... Eu poderia casar com essa sensação.
Uma boa ideia! Casamento! Casando meu all star cinza com seu nike preto e branco, casando meu gosto musical americano com o seu tipicamente brasileiro, casando meus gostos pela escrita com os seus por futebol. Casar as diferenças, as distinções. Os detalhes nossos que ninguém pode copiar, os opostos que nos atraem. Sua beleza e a falta da minha, seu silêncio e meu eterno papear sem sentido, seu violão e a minha voz, seus lábios e os meus. Casar os sonhos. Casar sua Publicidade com a minha Licenciatura Plena em Inglês, seu amor por matemática e meu ódio por ela. Casar nossos futuros, nossos destinos, nossos planos.
Queria poder achar um carrossel e ficar nas subidas e descidas pelo resto de meus dias, vendo-te sorrir para mim, embalada por uma música suave a vibrar em meus ouvidos, pelas gaivotas a entoar seu canto por nós, ou quem sabe até para nós. Um entoar dedicado ao amor, à amizade, aos sorrisos que se formariam a cada novo amanhecer.
Quem sabe um dia, my darling, quem sabe um dia... tudo aquilo que eu queria, todos os casamentos, os casados de nosso "Always and Forever", casados do nosso "Amanhã Quem Sabe"... Quem sabe algum dia isso aconteça, e então eu possa dizer que sonhar não é em vão. Dias melhores virão. E esses dias são sobre nós.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Mesmos Erros

Tenho medo de que você se torne um vício, uma obsessão. Me conheço bem demais para saber que tudo se encaminha a esse ponto. E é demais para mim pensar que, esse ano, possa passar novamente por tudo que passei da última vez. A pergunta é: por que, depois de tanto, eu não consigo aprender?
Não quero ser outra daquelas que se queixa de seus erros, mas os repete assim que tem chances. Quero ser capaz de dizer que aprendi, cresci e não sou mais uma criança tola, e que cada erro me serve para que não haja um próximo. E como farei, se em cada pedra que piso, consigo alcançar a rachadura?
Meu problema é não tentar, ou é tentar demais. É não querer, ou querer demais. É mentir, é esconder, é viver nas sombras de algo que não sou eu. Meu erro é acabar um passo em falso dizendo que não o cometerei novamente, e em cinco minutos, perceber que foi exatamente o que eu fiz.
Quem sabe algum dia eu aprenda. Quem sabe não. Mas do futuro... bem, do futuro ninguém intende, ele é aquela eterna incógnita no infinito de nosso desconhecer, e entre desconhecer-se e desconhecer o caminho que trilhamos, ninguém pode afirmar nada com certeza. E quem seria eu para, mais uma vez, afirmar convicta que não cometerei mais esse erro?
No final, eu sei, sempre haverá uma outra vez.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Nós Cabem as Mudanças

Engraçadas as experiências novas, as pessoas que entram na tua vida de um dia para o outro e que, no final, você sabe que não permanecerão, as coisas que se aprende a cada esquina, em cada canto... é irônico como o simples ato de  recusar-se a mudar é, por si só, uma mudança. Afinal, o ser humano é, desde nascido, mutável e imperfeito. Por que então teimamos em tentar renegar essa nossa essência? 
Mudar é a coisa mais certa e absoluta que se possa imaginar. A cada segundo, cada pequena célula do nosso ser sofre uma mudança, e essas mudanças são responsáveis pela vida que levamos, por cada pequeno gesto nosso, por cada momento em que podemos nos considerar existentes. Você foge das mudanças para manter-se no ponto seguro, no seu cantinho de paz, e mal percebe que essas transições são involuntárias, independem de você ou de qualquer mínima insistência sua. Vivo ou morto, respirando ou não, essas mudanças irão acontecer.
O ponto em que temos que nos deter é simples, sucinto: por que, ao invés de lutarmos, não transformamos cada pequena mudança em algo positivo e produtivo?
Para mim, de qualquer maneira, isso parece completamente adequado.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Escritores e As Críticas

Você escreve e as pessoas criticam, dizendo que é amargo demais, melancólico demais.
Sou sempre a favor de críticas, sempre acho muito dignas de serem recebidas, pois constroem quem você é e o que você escreve. Para uma aspirante a escritora como eu, críticas são o segundo melhor presente que alguém nos pode oferecer. Só que se percebe quando uma crítica tem teor construtiva ou quando é feita apenas para chacotear. No segundo caso, elas são completamente dispensáveis.
Digo isso por que sei como é escrever, sei que nunca agradamos a todo e que nunca desagradamos a todos também. Mas, justamente por ter essa intimidade com as palavras, sei que palavras doem, machucam e corroem a alma, quando mal empregadas. E é nessas vezes que você seria capaz de correr até não poder mais, só por perceber que, apesar de tudo, maldosos ainda fazem questão de tentar te derrubar.
Acho que escrever é algo que nem sempre é levado a sério, mas deveria. Afinal, é o que salva tantas vidas, o que nos recupera de tantos momentos que pensamos que fossem os últimos. Aconteceu comigo, e tenho certeza, com muitos outros além de mim. Por que então rir e fazer piadas fúteis e sem cérebro de coisas que podem nos salvar a vida?
Espero sinceramente pelo dia em que tudo que se escreve, por mais feliz ou dramático, por melhor ou pior, por mais real ou fictício que seja, tenha o devido valor no coração daqueles que podem valorizar. E daqueles que não podem, espero que nem seja lido. Melhor, afinal, um leitor a menos, que um leitor que só sirva para esfregar na sua cara, de maneira maldosa, cada vírgula que, por um descuido, deixou de ser escrita.
Esse tipo de leitor, garanto a vocês, é completamente descartável.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Luto por 245 Anjos.

Se eu acho 245 pessoas um grande número? Depende. Se se tratar de uma manifestação pelo meio ambiente, um protesto para melhora das rodovias, um movimento anti violência doméstica ou mesmo uma festa, não. Se se tratar de número de mortos em uma tragédia na madrugada de um domingo que deveria ser absolutamente normal, a faceta muda.
Esse post vai diferente dos demais. Sem foto. Sem glamour. Sem sentimentalismo ou figuras de linguagem representando amores ou felicidades. Vai nu, cru, frio como uma navalha. Por que é assim que eu me sinto vendo as dimensões que algo tão sério pode tomar.
Essa frieza nem é tanto frieza. É descrença, desapontamento. Por que vivo num país onde é mais importante pagar uma comanda que sair com vida de uma boate. Num país onde vejo mais compaixão nos olhos de estrangeiros que dos próprios conterrâneos. Onde piadas sobre a morte de seres humanos são engraçadas.
Então é isso. Hoje meu post vai sem nenhuma imagem, em "letras pretas" e em prestação de luto. Luto pelos que morreram, pelos que ficaram. E luto também pelos que, depois de tudo isso, não tiraram uma lição e não aprenderam a aproveitar a vida que tem. Essas pessoas, afinal, saíram de casa sem saber que não retornariam. Quantas vezes você já saiu de casa sem dar-se conta de que poderia não voltar?
Considerem-se sortudos. Dessa vez não foram vocês, não fui eu. Agora, quantos de nós terão de morrer para percebermos o quão valiosa e abençoada é a vida que temos, o quão importante é cada respirar nosso?
Eu juro que não quero descobrir.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Boas Vindas, 2013!

E agora é, realmente, a virada.
Espero que não só a virada de ano, mas de vida, de crenças, de ideais. A minha virada. A virada de tudo que eu acreditei ser certo, de tudo pelo qual lutei.
Esse ano, quero fazer diferente. Sei que já disso isso muitas vezes antes, e sei que ainda direi muitas vezes mais, mas preciso repetir. Simplesmente por que dizer isso me dá forças para encarar o que quer que seja. E força é algo que realmente precisa permanecer comigo.
Quero ser mais eu, quero parar de mentir, quero ser feliz, realizar sonhos, e para variar um pouco, conseguir algo que eu desejo. Sentir-me bem comigo mesma, ser dona do meu destino, fazer alguém sorrir. São tantas coisas que eu quero para esse novo ano, tantas coisas que me passarão pela cabeça quando os fogos estiverem a iluminar o céu nesse exato momento... Vou tentar de novo, mais uma vez, cumprir, em 365 dias, tudo aquilo que prometi em alguns poucos minutos de devaneio, embriagada com a beleza dos lindos desenhos de luzes multi colores a formarem-se na escuridão do infinito.
Acho que, afinal, eu só quero ser feliz sem medidas, sorrir cada dia mais, lembrar cada vez mais, me deter cada dia menos. Quero um pouquinho daquela vida de filmes, onde tudo é maravilhoso e encantador, e o céu é mesmo menor que nossos limites.
E agora 2012 já terminou. Que seja, então, bem vindo o 2013 que tanto temi, que tanto desejei. Ano de mudanças, de modificações.
E é essa palavra que regerá esse meu ano. Modificação. De tudo que, por tanto tempo, eu quis fugir.
Modificação do que está por dentro de mim.
Modificação do que eu, por tanto tempo, julguei ser eu.